TAS estreia “Manual do bom fascista” para rir “em más companhias”

TAS estreia “Manual do bom fascista” para rir “em más companhias”

TAS estreia “Manual do bom fascista” para rir “em más companhias”

Peça estreia esta quinta-feira no Teatro de Bolso e já tem outras seis datas agendadas, estando os bilhetes à venda

O Teatro de Animação de Setúbal (TAS) vai pôr em palco, a partir desta quinta-feira, a peça “Manual do Bom Fascista”, que a encenadora Célia David definiu como uma paródia “para rir em más companhias”.

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A “atualidade e a pertinência do texto” face “a esta forma crescente do fascismo, que parece ter vindo a instalar-se e não se vai embora, antes pelo contrário”, foram pretextos para pôr em palco a peça baseada no compêndio homónimo de 151 lições para “aprendizes de bons fascistas”, escrito por Rui Zink, autor que o TAS já por várias vezes trabalhou.

“Rir”, “alertar” e, “eventualmente, fazer as pessoas rirem” perante o “aumento de ideologias radicais e crescentes manifestações de extrema-direita, um pouco por todo o mundo”, foi o objetivo da peça, referiu a também diretora artística do TAS.

“Rir para não chorar”, disse a encenadora, considerando impossível que a sociedade se abstraia “de que, de facto, a situação pode ser perigosa”. A agravar o perigo está o desconhecimento “das proporções que irá tomar no futuro”, sustentou.

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“Enquanto é tempo, vamos demonstrar que temos uma palavra a dizer, até porque o futuro parece ser relativamente assustador, se levar este caminho”, argumentou a também autora da dramaturgia, com o conhecimento e acordo de Rui Zink.

Assim, levar para as tábuas “Manual do bom fascista” no ano em que o TAS celebra 50 anos, sendo por isso “um filho da liberdade e da democracia”, ganha ainda mais “relevância”, disse.

A partir das 151 lições do “Manual do bom fascista”, Célia David selecionou mais de 20. As mais “adaptáveis” a teatro, além de lhes acrescentar diálogos e “dois ou três apartes”.

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Ainda antes de entrar para a sala do Teatro de Bolso, o público é “contemplado” com uma caneta e um impresso com o “Fascistómetro”, o “singelo inquérito” à semelhança do contido na obra original, sento também instado a preenchê-lo.

Na peça, com muita música e canções pelo meio, fala-se também do fascista de esquerda, à semelhança das questões levantadas em “haverá bons fascistas de esquerda” em oito lições da obra original.

Imigrantes, negros, homossexuais, refugiados são sempre mal vistos e mal tratados pelo Bom Fascista, para quem as mulheres são também um alvo a abater.

A determinada altura da peça, é pedido a alguns espectadores que forneçam aos elementos do coro o “Fascistómetro” preenchido, que depois será avaliado segundo a obra original, “ainda que as respostas não sejam levadas muito a sério”.

A peça poderá também ser usada para que as pessoas descubram se “têm muitos tiques de fascista”: “À semelhança do que aconteceu com os atores, à medida que leram a obra e foram pondo a peça de pé e que, dia a dia, vão tentando livrar-se desses tiques”.

No Teatro de Bolso, a peça terá mais seis récitas, além da estreia: sexta-feira e sábado e dias 5, 6, 12 e 13 de dezembro, todas às 21h30. A interpretar estão Cristina Cavalinhos, como atriz convidada, Andreia Trindade, Cláudia Aguizo e André Moniz, que também assiste na encenação. Com vozes off de Célia David, Duarte Victor e Miguel Assis, a coreografia é de Carlos Prado, a cenografia de Flávio Rina e os figurinos e adereços de Sara Rodrigues. No desenho de luz está José Santos, na sonoplastia Luís Oliveira e na operação técnica Celso Ferreira.

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