Líder de rede criminosa na Suécia condenado a 20 anos e 9 meses após assassinar Tiagu Danu durante ajuste de contas pelo furto de um cartão bancário
O Supremo Tribunal de Justiça confirmou a pena de 20 anos e 9 meses de prisão aplicada pelo Tribunal de Setúbal a Marcus Turker, líder de uma rede criminosa na Suécia, pela morte do jovem modelo Tiagu Danu em Setúbal, durante um ajuste de contas por furto de um cartão bancário do homicida e que envolvia um amigo da vítima.
A vítima, de 20 anos, defendia o amigo que era sovado por Marcus e por um cúmplice, Deniel Altinkaya, quando foi esfaqueado no peito pelo homicida.
O crime ocorreu na noite de 27 de novembro de 2022 quando a vítima convivia com três amigos dentro de um carro num parque de estacionamento junto de casa no Monte Belo Norte, em Setúbal. Marcus e Deniel chegaram ao local numa carrinha de marca Audi e confrontaram um dos três amigos com um vídeo em que um deles aparecia com outro indivíduo a realizar uma compra com um cartão furtado dos suecos num posto de combustível em Setúbal. O jovem negou conhecer quem o acompanhava no vídeo e foi sovado.
Tiagu saiu do veículo automóvel e colocou-se atrás dos dois arguidos. Marcus Turker, considerando-o uma ameaça, foi ao seu encontro para o agarrar, no entanto, Tiagu defendeu-se e afastou o arguido. Sem que nada fizesse prever, Marcus retirou de dentro do bolso uma faca de ponta e mola e desferiu um golpe no abdómen de Tiagu, golpe esse que viria a provocar a morte da vítima.
Indiferentes à agonia da vítima, Deniel Altinkaya e Marcus Turker pegaram no amigo da vítima que estavam a interrogar, puseram-no na sua carrinha, com uma t shirt a tapar a cabeça, e abandonaram o local do crime. Tiagu foi assistido por socorristas do INEM e transportado para o Hospital de Setúbal, mas não conseguiu resistir aos ferimentos e acabou por falecer.
O jovem raptado foi levado para uma zona erma, continuou a ser interrogado pelos raptores e foi depois deixado junto ao local do crime. Os suspeitos puseram-se depois em fuga. Deniel fugiu para a Suécia, onde viria a ser detido e depois extraditado para Portugal. Já Marcus era suspeito por tráfico de droga na Suécia e ficou em Portugal, acabando também por ser detido.
Deniel viria a ser libertado, sendo que responde por sequestro num processo autónomo, não tendo sido provado ter responsabilidades no crime de homicídio.
Na origem do crime está o furto do cartão bancário dos dois arguidos, que terá ocorrido um mês antes do crime, quando os dois chegaram a Portugal. No espaço de um mês, os dois homens conseguiram saber que o cartão clonado tinha sido usado em Setúbal. E tiveram acesso à videovigilância de um posto de combustível que revelava dois jovens na posse do cartão. Com essa informação, os suspeitos localizaram um desses rapazes no Monte Belo Norte, onde viriam a matar Tiago Danu.
O setubalense Tiago Danu estudava em Lisboa, num curso de energias renováveis e trabalhava na empresa de trabalho temporário da Autoeuropa. Tinha carreira de modelo, com várias aparições em desfiles de moda.