Presença de Marcelo Rebelo de Sousa no encerramento da conferência mostra o “reconhecimento da importância deste tema”, afirmou Maria das Dores Meira
Centenas de especialistas nacionais e internacionais vão estar reunidos em Setúbal, entre 30 e 31 de Março, na Conferência Internacional Riscos, Segurança e Cidadania para debater questões tão actuais como os conflitos geopolíticos, os refugiados, as catástrofes naturais e a saúde pública, entre outros.
A conferência, que tem como inspiração o Marco de Sendai 2015-2030, aprovado na terceira conferência mundial da Organização das Nações Unidas para a redução mundial do risco de desastres, assume especial importância por juntar à mesma mesa o município, “que tem nesta temática um papel central como base do sistema”, a comunidade académica e a sociedade civil organizada.
“São três actores determinantes para o sucesso dos objectivos quer de Sendai quer do sistema de Protecção Civil em geral”, sublinhou Duarte Nuno Caldeira, do Centro de Estudos e Intervenção em Protecção Civil, na apresentação da conferência, sexta-feira, 17, na sala multiusos do Fórum Municipal Luísa Todi.
A conferência, organizada pela Câmara Municipal de Setúbal em parceria com o Centro de Estudos e Intervenção em Protecção Civil, o Instituto de Geografia e Ordenamento do Território e o Instituto Politécnico de Setúbal, tem a particularidade de permitir grandes contributos académicos para a melhoria dos sistemas de prevenção de risco.
Entre o vasto painel de oradores vão estar, entre outros especialistas, o chefe da Unidade de Segurança Humana das Nações Unidas, Arthur Rabjohn, para debater os fenómenos demográficos e conflitos internacionais; Francisco George, director-geral da Saúde, para falar sobre as ameaças globais à saúde pública; e Clément Stengel, do Fórum Europeu de Segurança Urbana.
Tal partilha de conhecimento, com aplicação prática de metodologias, irá facilitar os trabalhos de “redução do risco de desastre”, “com potencial aplicação nos domínios da segurança”, acrescentou Maria das Dores Meira, presidente do município, para quem o tema da conferência é uma “matéria central”.
Setúbal integra a campanha das Nações Unidas “Construindo Cidades Resilientes”, a Plataforma Nacional para a Redução de Catástrofes e trabalha “intensivamente as matérias relacionadas com a Protecção Civil”, dispondo de “planos sectoriais de planeamento para as áreas industriais, da floresta e do centro histórico”.
Em estreita colaboração com a autarquia tem trabalhado também o Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, sobretudo na “preparação de documentação cartográfica de risco” para rever o Plano Director Municipal da cidade.
José Luís Zêzere, professor catedrático naquela instituição, afirmou, inclusive, que a partir dos contributos da conferência “os territórios podem sair mais resilientes, mais resistentes e mais capazes de responder a situações de risco como aquelas que deverão continuar a enfrentar nas próximas décadas”.
A Conferência Internacional Riscos, Segurança e Cidadania tem até ao momento cerca de 300 inscritos, com as inscrições, gratuitas, a decorrer no site www.smpcb.pt/icrsc2017, onde também está disponível o programa completo.
As sessões plenárias e apresentações orais vão decorrer no Fórum Municipal Luísa Todi, na Biblioteca Municipal, na Casa da Baía, nos Paços do Concelho e no auditório da APSS – Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, ao longo de 30 e 31 de Março.