Setúbal quer transferir 28 mil viagens de automóvel para meios sustentáveis até 2026

Setúbal quer transferir 28 mil viagens de automóvel para meios sustentáveis até 2026

Setúbal quer transferir 28 mil viagens de automóvel para meios sustentáveis até 2026

BAÍA DE SETÚBAL. O distrito sadino apresenta indicadores positivos

Na apresentação da terceira fase do Plano de Mobilidade Sustentável e Transportes de Setúbal, os munícipes mostram-se preocupados com a falta de estacionamento na cidade e com a qualidade do serviço de transporte público

 

O Plano de Mobilidade Sustentável e Transportes de Setúbal desenvolvido pela consultora TIS.PT – Consultores em Transportes, Inovação e Sistemas para a Câmara Municipal de Setúbal tem como objectivo transferir 28 mil viagens do transporte individual para meios mais sustentáveis até 2026, aumentando de 6 para 12% a quota de utilização do transporte público no concelho.

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O objectivo é que o uso dos transportes individuais seja reduzido em 10% em dez anos, aumentando proporcionalmente o uso dos transportes colectivos e de modos de transporte suaves, como a bicicleta ou as deslocações a pé.

Esta meta, que integra a terceira fase do plano, foi apresentada aos setubalenses por Pedro Santos, consultor da TIS.PT, na comunicação pública que decorreu no Fórum Municipal Luísa Todi, terça-feira à noite, com a presença de Maria das Dores Meira, presidente da Câmara de Setúbal, e do vereador do Urbanismo André Martins.

O Plano de Mobilidade Sustentável e Transportes de Setúbal tem sete objectivos estratégicos, como a promoção da qualidade de vida para residentes, trabalhadores e visitantes; contribuição para uma economia mais eficiente e sustentável e fomento de uma repartição modal favorável aos modos de transporte mais eficientes e sustentáveis.

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Além destes, o plano aponta à utilização racional do transporte particular, à promoção de um sistema de acessibilidades e transportes mais inclusivo, à redução dos impactes ambientais associados ao sector dos transportes e ao fomento do aumento da segurança de todos os utilizadores.

 

Passeios e ciclovias

No sentido de atingir tais metas, à autarquia de Setúbal foram propostas várias medidas. No plano de acção pedonal, a expansão e requalificação da rede pedonal; criar zonas de coexistência e promover a deslocação pedonal nos percursos casa-escola através dos chamados PediBUS.

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Em relação à rede ciclável da cidade, que tem sido dotada de vários troços de ciclovia – e sendo que apenas 0,1% das viagens se realizam de bicicleta – apontam-se como medidas o desenvolvimento da rede que sirva equipamentos na periferia da cidade; implementação das bicicletas nos percursos casa-escola com a iniciativa BikeBUS; criação de parqueamentos de bicicletas e condições para os ciclistas (cacifos, pontos de água, abrigos e postos de reparação); instalação de um sistema de bicicletas partilhadas e incentivo do uso de bicicletas nos comboios e autocarros.

 

Transportes públicos

As propostas respeitantes ao serviço de transporte público apontadas pelo plano passam, por sua vez, por estender o serviço à zona ribeirinha; melhorar a rede intra e interconcelhia; melhorar as acessibilidades para todos e as condições de estadia dos passageiros e renovar a frota circulante. Unificar o sistema de bilhética e criar uma imagem de marca distintiva dos transportes públicos de Setúbal, assim como criar uma interface na Praça do Brasil com o comboio e outra nas Fontainhas são outros dos pontos elencados.

Na sessão, o vereador do Urbanismo da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, sublinhou que a questão do transporte público é uma grande preocupação da autarquia, que tem tentado interceder junto do operador para uma adequação dos horários e tarifas praticadas, mas com pouco sucesso, já que, lamentou, “as políticas da empresa sobrepõem-se quase sempre aos interesses da população”.

No entanto, a partir de 3 de Dezembro de 2019, as autarquias vão passar a ter competências na concessão dos transportes colectivos, pelo que, até lá, “serão criadas condições, na Área Metropolitana de Lisboa, para uma visão estratégica de transportes municipais e intermunicipais”, disse o vereador.

 

Trânsito e estacionamento

O transporte individual, com consequente falta de estacionamento e parqueamento desordenado, é ainda um dos principais problemas urbanos de Setúbal, para o qual o Plano de Mobilidade Sustentável e Transportes de Setúbal propõe várias soluções, como a revisão da sinalização rodoviária e do sistema semafórico.

Outra das medidas apresentadas é a implementação de zonas de redução de velocidade para 30 Km/h na frente ribeirinha de Setúbal e em alguns aglomerados no Faralhão, assim como reduzir faixas de rodagem.

Em relação ao estacionamento, o plano define como prioritário reorganizar a oferta existente junto de zonas residenciais e comerciais e, entre outros, eliminar o estacionamento nos passeios; melhorar a fiscalização efectiva e reservar estacionamento ordenado para residentes, uma vez que 70% das casas em Setúbal não têm estacionamento próprio.

O estacionamento para residentes foi, de resto, uma das principais preocupações manifestadas pelos munícipes presentes na sessão, e às quais a presidente da autarquia respondeu que a Câmara tem procurado espaços abandonados na cidade para os transformar em bolsas de estacionamento. Concretamente, está em negociações para adquirir uma antiga fábrica de conservas de peixe, na Rua Almeida Garrett, com vista à criação de novos lugares de estacionamento.

“O Plano de Mobilidade Sustentável e Transportes de Setúbal é a bússola que nos aponta o caminho que vamos seguir nos próximos anos. Neste plano reside uma visão que vamos concretizar, sempre em profunda cooperação com os cidadãos do nosso concelho”, garantiu Maria das Dores Meira na sessão.

Os planos de acção do Plano de Mobilidade Sustentável e Transportes de Setúbal, assim como os restantes documentos, estão disponíveis para consulta pública na página do município na Internet, em www.mun-setubal.pt, para que os interessados apresentem contributos, críticas e sugestões, até ao dia 21 de Abril, que podem, depois de analisada a sua viabilidade, vir a ser incluídos no documento.

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