Setúbal: Petição contra IMI já recolheu mais de três mil assinaturas

Setúbal: Petição contra IMI já recolheu mais de três mil assinaturas

Setúbal: Petição contra IMI já recolheu mais de três mil assinaturas

Nuno Carvalho, presidente do PSD Setúbal, desafia o PS a estabelecer entendimentos com os sociais democratas, em matérias como a redução do IMI, alívio fiscal das famílias e políticas de mobilidade para travar o triunfo da maioria comunista

 

Em entrevista ao DIÁRIO DA REGIÃO, o líder local do PSD diz que é “crucial” saber se PS e CDU vão reproduzir, em Setúbal, a ‘geringonça’ que governa o país. Nuno Carvalho não esclarece se vai ser o cabeça-de-lista do PSD nas autárquicas. Não coloca a hipótese de parte mas diz que ainda não está decidido. Nem a eventual coligação com o CDS-PP.

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Tem na rua uma campanha relativamente ao IMI familiar e uma petição. Que resultados é que já nos pode revelar sobre a petição?

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É uma petição recentemente lançada, tem aproximadamente uma semana e já é um sucesso, já ultrapassou inclusive o volume total de assinaturas da petição do estacionamento, que impediu aquela grande mancha de estacionamento na nossa cidade, até à Avenida Rodrigues Manito. Naturalmente que isto é só e apenas o arranque. Esta petição que colocámos à disposição das pessoas é aquilo que consideramos ser o último instrumento para obter a redução do IMI, antes de começar o período de campanha eleitoral autárquica e que nós achamos que iria poluir aquilo que é uma causa da cidade e uma causa justa, que é reduzir o IMI no nosso concelho.

 

Quando diz que já é um sucesso, que números é que tem?

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A petição já ultrapassou as três mil assinaturas.

 

Relativamente às assinaturas, uma das críticas que foi feita, designadamente pela maioria CDU, é que as assinaturas da petição online não são obrigatoriamente todas do concelho de Setúbal. É verdade?

Na petição de estacionamento, entregue há uns bons meses, estavam identificadas as pessoas pelo seu bilhete de identidade. Eu queria saber quantas é que assinaram e não são do concelho de Setúbal. O sinal óbvio é que não apontaram nenhuma, não falaram mais disso e que foi uma vitória absoluta para a população. A questão do IMI não será diferente, até porque esta campanha não tem apenas assinaturas online, mas recolhidas em vários estabelecimentos comerciais do concelho. Portanto há um misto de assinaturas online e em papel. Neste caso especificamente, a petição está a ser preparada para ser entregue na Assembleia Municipal para ser discutida, porque a lei assim o obriga.

 

Mas, quanto à oportunidade, a campanha ainda é útil lançada agora, tendo em conta que o IMI é definido pelo orçamento municipal e este já foi aprovado?

É perfeitamente útil por uma razão muito simples. Nós pagamos o IMI mais alto do que em Palmela, Almada e Lisboa e é sempre útil defender uma causa, que traga justiça às pessoas residentes no concelho de Setúbal. E não é justo pagar mais do que nesses concelhos. Agora, quando é que esta petição pode ou não surtir efeitos? Essa é uma questão que vai ser debatida na Assembleia Municipal, porque é lá que vai ser levada. Nós queremos que ela surta um efeito imediato. Num ano eleitoral, se os partidos não cederem a uma petição, que vai ser um sucesso ainda maior que a do estacionamento, então não estão a ouvir a população. Porque esta petição não tem partidos políticos, é uma causa do nosso concelho, há anos.

 

Querem ver as taxas de IMI geral e IMI familiar tratadas na globalidade ou haverá a possibilidade de um tratamento diferenciado?

Num ano como este, em que a Câmara Municipal de Setúbal recebeu bem mais de um milhão de euros em juros de mora provenientes das famílias que pagaram imposto, o IMI, o IMT, não é mais do que justo que a autarquia comece a preparar um alívio fiscal para as famílias, em Setúbal? É perfeitamente justo, ainda para mais quando há uma folga orçamental incrementada este ano, fruto de uma receita conseguida à custa da crise e das dificuldades das famílias. É uma questão de justiça.

 

Esta campanha está muito associada a Nuno Carvalho, que nem sequer é vereador eleito. Isso quer dizer que vai ser o candidato do PSD nas próximas autárquicas?

 O facto de eu não ser vereador eleito quer dizer que não tenho um percurso político normal como muitos políticos. E quer dizer que, como a maior parte das pessoas, sinto os problemas normais. Por isso é que fico grato pelo facto de o PSD ter apoiado esta causa, porque podia não o ter feito. É uma petição sem partidos políticos e eu sou o primeiro subscritor. Ser ou não o candidato à Câmara Municipal de Setúbal é um processo que, inclusive, sem haver eleições marcadas, não faz sentido. O que faz sentido para nós é cumprir um desígnio do concelho, que é a redução de IMI defendida por mim, pelo PSD e por outros partidos do arco da oposição. Espero é que eles se juntem a esta causa e assinem a petição. Se dou a cara por ela, porque é que não há mais pessoas a fazê-lo? A pergunta deve ser essa, não é dizerem que dou a cara, porque quero alguma coisa para lá do IMI. Eu dou a cara, porque quero reduzir o IMI em Setúbal.

 

Embora a decisão não esteja tomada, o PSD está em processo de preparação das autárquicas e o Nuno Carvalho é um dos nomes falados. É uma hipótese muito provável?

O presidente da comissão política de qualquer partido tem de estar disponível para qualquer causa e qualquer lugar. Portanto é sempre uma hipótese. Da mesma forma que seguramente todos os partidos têm exactamente as mesmas condições. Penso que seja talvez mais importante observar aquilo que é o comportamento de outros partidos, do PS, e perceber efectivamente se podemos contar com o PS, como já aconteceu no passado, para se juntar a nós nalgumas causas conjuntas e lutas comuns. Porquê a pertinência deste assunto no âmbito das autáquicas? Porque neste momento, o PSD está a travar uma batalha que sabe que é pela cidade e que há outros partidos como o PS, que também é favorável. Mas há uma diferença entre ser favorável e fazer alguma coisa. E nós precisamos que outros partidos, como o PS, se juntem a estas causas. Que o PS assuma uma posição clara, que diga se antes ou depois das eleições é oposição da CDU. Ou então que esclareça agora se há algum tipo de situação, condicioanamento ou estratégia já a pensar nas autárquicas, que não é o nosso caso, ou até que haja entendimentos com outros partidos como há a nível nacional. O PSD está a travar esta batalha e como é o único partido a fazê-lo até parece que está a pensar nas autárquicas. Acho que o PS, que sempre foi muito forte no nosso concelho e em muitas eleições sempre foi a força mais votada, deve esclarecer o quanto antes o que vai fazer até às eleições e a seguir às eleições. Porque a nível nacional, nas legislativas todos nós fomos surpreendidos com o entendimento pós-eleitoral. E será importante que em Setúbal a estratégia esteja clara e não haja surpresas. Saber se há ou não ‘geringonça’ a seguir às eleições autárquicas, é crucial saber isso.

 

Receia que possa haver um entendimento pós-eleitoral entre o PS e a CDU, mas ao mesmo tempo lança o desafio ao PS de se aproximar e estar ao lado do PSD na luta e nas causas. Qual é o alcance desse desafio? É apenas para estarem juntos em lutas ou até para algum entendimento eleitoral para as autárquicas?

 Os entendimentos eleitorais têm de ter um objectivo. Não é só voto por voto. Têm de ter causas e bandeiras e esta é uma bandeira da cidade. O PS que se envolva connosco e que abrace esta bandeira, da mesma forma que sabemos que muitos simpatizantes e militantes socialistas querem a redução do IMI no concelho de Setúbal. Que haja um entendimento entre o PS e o PSD de forma que nós possamos ter força. Se efectivamente isso não ocorrer, então que haja um esclarecimento por parte do PS do que defende para a cidade.

 

O PS está precisamente num processo de preparação da Agenda para a Década do Concelho de Setúbal com debates abertos a independentes e militantes dos outros partidos. Tem acompanhado esse processo?

Eu acompanho todas as temáticas do PS, mas a minha pergunta é muito simples. Quais são os principais objectivos para o nosso concelho? Não é a atracção do turismo? Não é termos uma política fiscal mais justa comparada com outros concelhos? Não é termos um plano de mobilidade, onde o PSD deu um grande apoio com a questão do estacionamento? Onde é que está o apoio a estas causas da cidade, onde está essa agenda da cidade? Quando não se luta por isto, só se ajuda o PCP. E quem não quer ajudar um partido, que não está a fazer o que cidade precisa, que se junte a nós. Esta mensagem é muito clara daquilo que a cidade precisa. E é uma mensagem de apelo para que outras forças, outras pessoas e outros simpatizantes de outros partidos se juntem a nós para levarmos isto para a frente, porque estas causas envolvem e unem o nosso concelho e a cidade.

 

Já está esclarecida a questão com o CDS-PP, vai haver uma coligação para as autárquicas?

Não está esclarecida nem está terminada. Neste momento, o PSD tem uma coligação vigente com o CDS-PP. Tem estado a funcionar e a ser cumprida. Qualquer outra questão no que respeita ao processo autárquico, não está nada definido

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