SETÚBAL Orçamento de 127 milhões aprovado com nova polémica sobre IMI

SETÚBAL Orçamento de 127 milhões aprovado com nova polémica sobre IMI

SETÚBAL Orçamento de 127 milhões aprovado com nova polémica sobre IMI

Maioria CDU diz ser um orçamento de “continuidade” com obras “importantes” como a bacia de retenção da Várzea ou a recuperação do Convento de Jesus e dos espaços envolventes

A maioria CDU na Câmara de Setúbal aprovou, na última reunião do executivo municipal, por maioria, com votos contra do PS e PSD, o Orçamento, no valor de 127 milhões de euros, e as Grandes Opções do Plano do município setubalense para 2018.
“É um orçamento de continuidade, com um acréscimo de 7% em relação ao de 2017, e que contempla um conjunto de investimentos importantes”, disse o vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Manuel Pisco, que presidiu à sessão pública devido à ausência da presidente Maria das Dores Meira, que se encontra em Moçambique.
“Há um conjunto de obras no valor de 19 milhões de euros, designadamente a construção da bacia de retenção da várzea, a segunda fase das obras de recuperação do Convento de Jesus e a recuperação dos espaços envolventes do convento, que já têm financiamento garantido”, acrescentou o autarca da maioria CDU.
Segundo Manuel Pisco, a Câmara de Setúbal também se preparara para iniciar outras obras, como a construção de vários emissários e estações elevatórias, que vão permitir encaminhar os esgotos de diversas zonas da cidade para a ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) de Setúbal.
Para os eleitos do PS, o orçamento para 2018 é “impossível de realizar e, por isso, peca à partida por não ser um documento realista e credível”. Os vereadores socialistas apresentaram uma declaração de voto em que afirmam que “o valor total orçamentado está completamente desfasado daquela que é a receita média arrecadada nos anos anteriores, mesmo tendo em conta o expectável acréscimo das receitas próprias por via dos impostos diretos”.
Entre outras razões, o vereador social-democrata Nuno Carvalho justificou o voto contra o orçamento por se tratar de um documento com uma “estruturação assente numa carga fiscal muito forte”.
Questionado pela agência Lusa, o vice-presidente da autarquia, Manuel Pisco, admitiu que a execução orçamental está dependente das receitas do município, mas salientou que, nos últimos anos, “a taxa de execução orçamental tem vindo a aumentar para cerca de 70 por cento”.
“Estamos muito longe dos tempos em que taxa de execução orçamental da Câmara de Setúbal não chegava a um terço do que estava previsto”, concluiu Manuel Pisco.

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Polémica do IMI continua na Câmara e na rua

Tal como em anos anteriores, a autarquia CDU aprovou a aplicação da taxa máxima do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), um dos principais temas da última campanha eleitoral.
Os dois partidos da oposição, PS e PSD, que votaram contra o Orçamento para 2018, defendem a redução da taxa do IMI, para os 0,40%, mas a maioria comunista continua a dizer que está obrigada a aplicar a taxa máxima de 0,45% por estar ainda submetida às regras do Contrato de Reequilíbrio Financeiro (CRF) celebrado com o Estado. PS e PSD argumentaram que a recente alteração legislativa que veio permitir que os municípios que recorreram ao Fundo de Apoio Municipal (FAM) possam reduzir a taxa de IMI, mostra que Setúbal também não está obrigado a manter a taxa máxima. Um argumento que a maioria CDU diz não ser válido por o CRF e o FAM serem regimes jurídicos diferentes.
O tema gerou discussão na reunião do executivo municipal, com troca de argumentos entre oposição e maioria, e saiu também para a rua com uma campanha publicitária, da Câmara Municipal, que culpa explicitamente PS e PS por o IMI não baixar em Setúbal, por estes partidos terem inviabilizado a proposta de redução da taxa máxima apresentada pelo PCP na Assembleia da República.
O vereador do PSD disse, em comunicado, sentir-se “chocado com a instrumentalização dos meios e recursos da Câmara Municipal pela CDU”. Para Nuno Carvalho “é inadmissível, inaceitável e inqualificável que o muito dinheiro que a Câmara Municipal cobra em impostos seja utilizado para a produção de propaganda partidária”. O vereador social-democrata diz ainda que “gastar o dinheiro dos contribuintes para campanha partidária descredibiliza a maioria comunista, insulta os cidadãos que pagam os seus impostos e acima de tudo, representa uma forma de estar na política à qual ninguém sério pode querer estar associado” pelo que considera ser uma “atitude lamentável e condenável, a todos os títulos”.

Município pede empréstimo de até 20 milhões

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Na última reunião de Câmara foi aprovada ainda a ratificação da decisão da presidente Maria das Dores Meira de abrir um procedimento de contratação de um empréstimo de curto prazo. O vice-presidente da autarquia explicou que o pedido de empréstimo no valor de “até 20 milhões de euros” é dirigido a três bancos. Manuel Pisco explicou que tratando-se de um empréstimo de curto-prazo, terá de ser pago até ao final do exercício de 2018. Segundo o autarca comunista, o dinheiro destina-se a “dar cobertura a obras e a gestão de tesouraria durante o ano de 2018”.
Com este empréstimo de curto-prazo, a maioria CDU, segundo deu a entender Manuel Pisco, terá desistido do empréstimo de 15 milhões que tentou fazer no ano passado e a que o Tribunal de Contas não deu o visto. O autarca referiu que esse empréstimo, destinado ao saneamento financeiro do município, pode vir a não ser necessário “dada a rota de equilíbrio financeiro [da contas municipais] que tem vindo a ser seguida”.
Os partidos de oposição, PS e PSD, abstiveram-se na ratificação do empréstimo de curto prazo.

DIÁRIO DA REGIÃO com Lusa

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