Novo mapa elaborado por alunos da Escola de Hotelaria e Turismo propõe percursos alternativos pelo património cultural, gastronómico e urbano da cidade. Edição de mil exemplares chega em breve a vários locais
Setúbal tem um novo mapa turístico alternativo àquilo que é óbvio quando se fala de turismo. Chama-se GPS – Gosto por Setúbal e foi elaborado por uma turma do curso de Turismo de Ar Livre da Escola de Hotelaria e Turismo (EHTS) com o objectivo de dar a conhecer o território de um ponto de vista autêntico, valorizando sobretudo artes e ofícios em vias de extinção e os habitantes da cidade.
O mapa consiste num desdobrável em papel – tem também uma versão digital disponível na Internet – e baseia-se em sete temas – Apanha poliquetas (isco de pesca), Arte urbana, Pão alentejano, Zeca Afonso, Ofícios em Perigo, Choco-frito e Comunidades Piscatórias – “fulcrais porque valorizam muito o que é ser setubalense e o que é o gosto por Setúbal”, disse Vasco Caleira, responsável da SEIES a O SETUBALENSE.
A selecção final dos temas ficou a cargo dos alunos, explicou Jaime Pinho, docente na EHTS e coordenador do mapa juntamente com Vasco Caleira. A ideia do projecto é que a partir deles se possa desenhar uma “viagem alternativa” pelo património social, cultural, gastronómico e urbano da cidade, preservando os seus protagonistas, como os pescadores, os latoeiros e os artistas, por exemplo.
Quem desdobrar o mapa GPS identificará imediatamente a Avenida Luísa Todi, como ponto de referência, e outros pontos de visita “quase obrigatória” na cidade, explicou Vasco Caleira. “A intenção é que quem utiliza o mapa interaja com as pessoas da cidade para ir ao encontro” dos pontos temáticos propostos, que vão, territorialmente, do bairro do Viso ao Cais da Gâmbia, em pleno estuário do Sado.
O design do mapa ficou a cargo de Ana Esteves e as ilustrações couberam a Luís Cavaco, ambos setubalenses. Para a artista o desafio foi “sintetizar a informação” visual de uma forma complementar aos textos que surgem no verso, enquanto que para Luís o trabalho foi de “sintetizar” visualmente coisas que não existiam, desse ponto de vista, em nenhum outro mapa turístico de Setúbal.
Esse trabalho, que resultou num “mapa emoldurável” como objecto artístico, foi precedido de uma série de entrevistas feitas pelos alunos de Turismo de Ar Livre a várias pessoas da cidade, cujos artes e ofícios se pretende valorizar turisticamente. O mapa, no fundo, “é meio caminho andado para um turista chegar aqui e encontrar um conjunto de coisas interessantes, que são os nossos pontos de diferenciação”, afirmou também a directora da Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal, Maria João Carmo.
Os mil exemplares do mapa GPS – Gosto por Setúbal, editados em português, vão estar agora disponíveis na EHTS e em pontos turísticos municipais como a Casa da Baía e o Moinho de Maré da Mourisca, entre outros. Segundo Vasco Caleira, da SEIES – que coordena o projecto SIGA – Setúbal Interinstitucional Gera Ação no âmbito do qual foi feito o mapa – o lançamento de versões em inglês e francês está dependente da obtenção de apoios. Tanto o mapa como as entrevistas integrais do projecto poderão ser consultados online em cooperativaseies.org.