Câmara de Setúbal aprova auditoria externa aos cartões de crédito do município

Câmara de Setúbal aprova auditoria externa aos cartões de crédito do município

Câmara de Setúbal aprova auditoria externa aos cartões de crédito do município

Também os boletins itinerários e pagamento de ajudas de custo, entre 1 de Janeiro de 2017 e 31 de Outubro de 2024, serão alvo de análise. Decisão tomada após investigações a Dores Meira

As investigações a Maria das Dores Meira, ex-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, continuam e como resposta, a autarquia setubalense aprovou em reunião pública uma auditoria externa aos movimentos de todos os cartões de crédito do município, dos boletins itinerários e pagamento de ajudas de custo entre 1 de Janeiro de 2017 e 31 de Outubro de 2024.

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Esta proposta, apresentada pelo Partido Socialista, e aprovada por unanimidade, surge após uma notícia do Público sobre o alegado uso indevido dos cartões de crédito da autarquia, e de uma reportagem da SIC que analisa as ajudas de custo e até a capacidade de estar em dois lugares ao mesmo tempo da antiga autarca. 

Nesta proposta, a autarquia sadina decidiu concretizar, no prazo máximo de 30 dias, a contratação de uma auditoria externa a empresa independente e certificada, que a auditoria tenha como objecto a análise dos movimentos de todos os cartões de crédito do município, dos boletins itinerários e pagamento de ajudas de custo no período compreendido entre 1 de Janeiro de 2017 e 31 de Outubro de 2024 e que nessa análise sejam considerados os movimentos de todos os cartões de crédito do município atribuídos à ex-presidente Maria das Dores Meira, os seus boletins itinerários e os extractos da Via Verde das duas viaturas que lhe estavam adstritas, no período compreendido entre Janeiro de 2017 e Outubro de 2021.

Ficou ainda decidido na reunião de câmara desta quarta-feira que a entidade contratada para proceder a esta auditoria apresente, no prazo máximo de 60 dias após a contratação, um relatório detalhado.

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Neste documento, a entidade deve elencar os movimentos dos cartões de crédito que estejam desconformes com a legalidade, seja por duplicação de pagamento/ajudas de custo, por evidente discrepância entre a justificação apresentada e a função de representação do município, ou por práticas abusivas de compras com recurso a fundos públicos, nomeadamente os pagamentos feitos em Portugal e no estrangeiro e os levantamentos a crédito.

Também é pretendido que a entidade externa apure a legalidade e comprovação das alegadas deslocações em viatura própria, revelando-se necessário confrontar as datas das mesmas com a agenda da ex-presidente e com as passagens na Via Verde das viaturas que lhe estavam adstritas, assim como o apuramento integral dos valores pagos pelo município a título de ajudas de custo e quilómetros em supostas deslocações dos quais este não tenha sido ressarcido.

A autarquia sadina pretende ainda que seja feito o apuramento integral dos valores pagos pela autarquia por via da utilização potencialmente abusiva dos cartões de crédito, incluindo as taxas, comissões e impostos inerentes a cada movimento.

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Nesse sentido, a edilidade sadina pretende aconselhamento da entidade, com propostas de melhoria dos procedimentos de controlo e auditoria interna que permitam a célere identificação e correcção de práticas abusivas.

CDU e PSD votam a favor, mas levantam questões

O PSD votou a favor, mas sob protesto, com Paulo Calado a justificar que tal se deve à existência de certos pontos na proposta que têm como alvo uma única pessoa em concreto.

Também a CDU, pela voz da vice-presidente Carla Guerreiro, que ocupou o lugar na ausência de André Martins, revelou que não se revê na forma como é feita a proposta, mas ainda assim mostrou-se favorável à execução desta auditoria. Ainda assim, a autarca deixou a garantia que “todos os serviços da câmara agem no princípio da legalidade”.

Já no entender do PS, face ao exposto, torna-se “necessário e urgente” proceder a uma avaliação dos factos conhecidos no sentido de serem sindicadas práticas e procedimentos internos. Para os socialistas, paralelamente, entende-se que o rigor dessa avaliação obriga também à apreciação do actual mandato, permitindo estabelecer paralelismos ou identificar divergências de conduta

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