Setúbal acolheu última conferência dos 20 anos da Simarsul com André Martins a defender gestão pública

Setúbal acolheu última conferência dos 20 anos da Simarsul com André Martins a defender gestão pública

Setúbal acolheu última conferência dos 20 anos da Simarsul com André Martins a defender gestão pública

Serviços Municipalizados de Setúbal (SMS) alertam para necessidade da dessalinizadora. Sobre o trabalho de 20 anos, há um consenso à volta da ideia de que a Simarsul recuperou a qualidade das massas de água da Península de Setúbal, incluindo as das praias

Setúbal acolheu a última de um ciclo de oito conferências do programa de comemorações dos 20 anos de actividade da Simarsul – Saneamento da Península de Setúbal SA, empresa que gere o sistema intermunicipal na região, com o autarca André Martins a defender que a gestão deve continuar a ser pública.

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“Os desafios e oportunidades só poderão ser enfrentados com uma Simarsul pública, da região e profundamente ligada ao território, com capacidade de se relacionar com as actividades económicas, promovendo e incentivando práticas sustentáveis”, disse o presidente da Câmara de Setúbal no encontro que teve lugar na Casa da Baia na quinta-feira à tarde.

O autarca falava na última conferência do ciclo intitulado ‘Simarsul: 20 Anos a Tratar o Futuro’, que passou por todos os oito municípios que integram o sistema (Alcochete, Barreiro, Palmela, Moita, Montijo, Sesimbra, Seixal e Setúbal). Almada não integra a Simarsul, sendo os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) que gerem o saneamento no concelho, e Setúbal passou a integrar a Simarsul há dois anos, depois de o município ter criado os Serviços Municipalizados de Setúbal (SMS).

André Martins, que disse estar a falar “na qualidade de ecologista” (uma vez que é dirigente do PEV e eleito por esse partido no âmbito da CDU), sublinhou que a autarquia sadina, enquanto acionista e cliente da Simarsul”, conta com a empresa “para a sua política ambiental”.

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O autarca destacou o “potencial contributo” da Simarsul “para a adaptação e mitigação a fenómenos meteorológicos extremos cada vez mais frequentes” e para a “valorização ambiental” das massas de água, em particular, do Estuário do Sado.

Ainda sobre a relação de Setúbal com a Simarsul, o director-delegado dos Serviços Municipalizados de Setúbal (SMS) recordou que durante 25 anos “a concessão à Águas do Sado condicionou a participação de Setúbal” no sistema intermunicipal e sublinhou a “especificidade” do concelho no plano regional.

Industrialização aconselha dessalinizadora em Setúbal

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“Há muitas diferenças em Setúbal. O uso maior da água é da indústria, que é mais do dobro do uso para consumo humano. E parte da água é depois rejeitada. Isso é uma lacuna.”, alertou Paulo Piteira. O director-delegado dos SMS indicou a ETAR da Cachofarra, que tem uma capacidade de 5,5 milhões de metros cúbicos de água por ano, como um exemplo de um equipamento que pode ser uma referência para a reutilização, mas deixou um aviso: “Não devemos ter ilusões porque a reutilização, o recurso à Agua Para Reutilização (APR), é [uma solução] muito limitada, face às necessidades.

Paulo Piteira defendeu, por isso, que, para atingir a sustentabilidade no sector da água “é preciso um trabalho conjunto das várias entidades” e que deve ser pensada uma dessalinizadora junto ao Sado.

De acordo com o director dos SMS, Setúbal tem uma situação excepcional – próxima do rio e do mar, com indústria e com infraestruturas, como o porto – que permite e justifica o investimento numa unidade de aproveitamento da água salgada.

Catarina Oliveira, administradora da Águas de Portugal, grupo do qual a Simarsul faz parte, recordou o “investimento significativo” feito nos últimos 20 anos, que “permitiu aumentar a cobertura da população servida com tratamento das águas de uma forma bastante expressiva” e associar a empresa a “projetos emblemáticos” como a despoluição do Estuário do Tejo.

A abrir a mesa-redonda intitulada ‘Perspectivas do Passado e do Futuro’, José Sardinha, vice-presidente das Águas de Portugal, lembrou que “a Península de Setúbal tem grandes centros urbanos que se conciliam com grandes centros industriais”, da indústria automóvel, química e do papel à reparação naval, possuindo ainda “alguns dos principais portos de pesca do país”, bem como importantes atividades nas áreas da logística, agricultura e turismo.

Este painel contou também com a participação de Rui Sequeira, da Administração da Região Hidrográfica do Alentejo (ARH), da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que garantiu que as massas de água da região apresentam, todas, resultados muito bons, à excepção da relacionada com a Ribeira da Marateca; Carla Cupido, da Águas de Portugal, Nuno Broco, presidente da Águas do Tejo Atlântico, e Luís Cruz, administrador da Sapec, empresa historicamente ligada à zona industrial da Mitrena.

A encerrar a conferência, o presidente do conselho de administração da Simarsul, Francisco Narciso, explicou que o programa de comemorações dos 20 anos da empresa pretendeu “acima de tudo ouvir” os diversos parceiros, em todos os oito concelhos, e realçou que o sucesso obtido pelo sistema, nestas duas décadas, é “inquestionável”. De acordo com o presidente da Simarsul, os resultados estão à vista, na saúde pública e na qualidade de vida das populações.

“A dimensão dos desafios que temos, só com parcerias alargadas pode ser enfrentada”, disse Francisco Narciso, recordando que na área das infraestruturas o planeamento tem de ser feito a longo prazo.

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