Ambientalistas aplaudem decisão do Governo em avançar com obras nas escolas, mas duvidam das verbas
Das 578 escolas do país que o Governo vai intervencionar, até ao início do próximo ano lectivo, para remover amianto, 81 delas ficam no distrito de Setúbal, sendo o Seixal o concelho com mais escolas inscritas, 22, na lista ontem publicada em Diário da República. A seguir está Almada, com 15 escolas.
Também no Arco Ribeirinho do Tejo, os concelhos do Barreiro e Moita vão ter, cada um deles, 12 escolas intervencionadas. No caso do Montijo, a remoção de amianto vai incidir em duas escolas.
Em Palmela são duas as escolas inscritas nesta lista, e em Sesimbra cinco. Em Setúbal são outras cinco.
Mais a sul do distrito, em Grândola vão ser substituídos os painéis de amianto em duas escolas, e em Santiago do Cacém em quatro.
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A nível nacional, este programa conta com um investimento de 60 milhões de euros, que será financiado por verbas comunitárias, e é dirigido às escolas da rede pública da educação pré-escolar, do ensino básico e do ensino secundário.
O programa para erradicar o amianto nas escolas foi anunciado no início de Junho, e logo na altura mereceu reticências por parte Movimento Escolas Sem Amianto (MESA) e da associação ambientalista ZERO, sobre se os 60 milhões de euros anunciados pelo Governo para a remoção de amianto seria uma verba suficiente para as 578 escolas.
“São cerca de 100 mil euros por escola, o que não me parece suficiente. E não são especificados os critérios de prioridade”, diz André Julião, coordenador do MESA, a O SETUBALENSE.
Embora aplaudam o programa do Governo, ambas as associações “duvidam que a lista inclua todas as escolas com amianto”, e que o mesmo “termine antes do novo ano lectivo”.
“Esta é uma boa notícia e o resultado de uma luta de mais de ano e meio, que juntou muitas dezenas de agrupamentos de escolas e tantas outras pessoas e organizações preocupadas com o estado dos respectivos equipamentos escolares”, diz André Julião, que insiste nas “muitas dúvidas tendo em conta o número de escolas e o estado de degradação de algumas”.
Quanto às escolas prioridades de serem intervencionadas, diz André Julião, que as mesmas “não são especificadas na Resolução de Conselho de Ministros n.º 97/2017”. E o mesmo diz Íria Roriz Madeira da Zero.
“Na publicação desta lista é deveras importante que as prioridades sejam referidas. Segundo o Relatório de Progresso do Amianto, até 2020 foram apenas intervencionadas ou previstas remoções em edifícios escolares classificados com prioridade 3, sendo estes os menos prioritários”, comenta a ambientalista. Ou seja, para a Zero é necessário fazer um levantamento das escolas onde o fibrocimento está a degradar-se mais e, essas têm de ser as primeiras a ser intervencionadas, portanto as classificadas como nível 1.