Em 46 anos foram feitas 783 acções de colheita, que correspondem a cerca de 9222 litros de sangue
A persistência e a resiliência da Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Setúbal foram realçadas na celebração do 46.º aniversário da instituição. A associação deixou também o seu agradecimento aos 20.493 dadores que efectuaram a sua doação em 783 acções de colheita, que correspondem a cerca de 9222 litros de sangue.
A associação comemorou esta segunda-feira, na Junta de Freguesia de São Sebastião, o início oficial da actividade, em 28 de Outubro de 1978, data da primeira colheita efectuada em colaboração com o então Instituto Nacional de Sangue, actual Instituto Português do Sangue e da Transplantação.
“Celebramos 46 anos a salvar vidas a milhares de doentes e, por isso, o nosso agradecimento aos 20.493 dadores que efectuaram a sua doação em 783 colheitas a que correspondem cerca de 9222 litros de sangue. Só desde 2007 já inscrevemos 3721 jovens dadores”, afirmou Hermenegildo Alves.
Apesar destes números, o director da associação mostrou-se desanimado por verificar que, desses 3721 jovens dadores inscritos desde 2007, “apenas 2200 deram sangue” e que os restantes mais de 1500 “nunca mais voltaram a inscrever-se nas colheitas”.
Presente no evento esteve também a presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação, Maria Antónia Escoval, que apontou que em 2024 a dádiva de sangue “atravessa um período de grande instabilidade em Portugal” e explica que esta é a primeira vez que tal acontece.
“Vimo-nos queixando progressivamente de que há menos dádivas, mas isso não correspondia à realidade. Houve uma diminuição até 2019, mas de 2020 a 2023 houve um aumento progressivo do número de dadores e uma manutenção do número de dádivas”, garante.
Já Pedro Pina, vereador com o pelouro da Saúde na Câmara Municipal de Setúbal, valorizou o trabalho desenvolvido pela associação. “Reconheço a persistência e a resiliência da associação e das diferentes direcções que ao longo dos anos têm mantido a vontade de fazer o trabalho dos dadores benévolos de sangue no concelho”, realçou o autarca.
Também Luís Matos, presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião, realçou a “resiliência” da associação, defendendo a necessidade de “articulação entre a sociedade civil, as empresas, o tecido social e as autarquias para fazer chegar mais longe a mensagem para captar novos dadores”.