26 Junho 2024, Quarta-feira

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“Rendia-me mil euros por dia em cocaína, matei-o por ser intragável, não por dinheiro”

“Rendia-me mil euros por dia em cocaína, matei-o por ser intragável, não por dinheiro”

“Rendia-me mil euros por dia em cocaína, matei-o por ser intragável, não por dinheiro”

Tribunal de Setúbal julga homicídio de Pedro Abreu por causa de dinheiro. Arguido confessa crime e que deixou vítima agonizar até à morte, mas diz que o fez por raiva

Nuno Patrício, 47 anos, e Ângelo Taia, 29 anos, respondem no Tribunal de Setúbal pelo homicídio qualificado de Pedro Abreu, em Fevereiro de 2023, para lhe ficarem com 35 mil euros e por terem, em conjunto com Ana Gonçalves e Paulo Henriques, se livrado do corpo num poço na Moita para o esconder.

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Nuno Patrício confessou o crime, diz que esfaqueou e deixou Pedro morrer em agonia ao longo de quatro dias na casa-de-banho em casa na Rua do Pandeiro, no Bairro do Troino, mas negou a motivação do Ministério Público (MP), em como queria o dinheiro da vítima. Ângelo Taia disse que não agrediu a vítima, que apenas atou os pés e as mãos a pedido de Nuno e que o fez por medo de que o mesmo lhe acontecesse.

O principal arguido negou que precisasse de matar Pedro para ficar com o seu dinheiro. “Ele pagava-me mil euros por dia em cocaína, não queria o dinheiro porque ele era rentável. Matei-o por raiva, por ser intragável e por ter apresentado um queixa de furto da carteira e do telemóvel quando foi ele que me deu para pagar as dívidas da cocaína. Ele quando ficava pedrado não conseguia fazer nada e era eu que usava a conta com a minha namorada, Ana Gonçalves”. Ana responde em tribunal por abuso de cartão.

O crime aconteceu no dia 21 de Fevereiro na casa que Nuno Patrício ocupava na Rua do Pandeiro e que pertencia ao Centro de Apoio ao Sem Abrigo (CASA) no Bairro do Troino, em Setúbal.

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A investigação acredita que Nuno atraiu Pedro para consumir cocaína e o matar, ficando com o seu cartão bancário. Dias antes, já o tinha roubado e gasto seis mil euros em ouro e transferências, mas a vítima cancelou o cartão e tinha novo código.

Os dois discutiram por Pedro ter descoberto a carteira que dizia ter sido furtada e Nuno agrediu Pedro à tesourada na cabeça, deixando-o inanimado. Depois, Nuno ligou a Ângelo para o ajudar a matar Pedro e a esconder o corpo, que ficou durante quatro dias na casa de banho de mãos e pés atados. Morreu em agonia.

Ao longo desses dias, os arguidos esvaziaram a conta da vítima, cerca de 35 mil euros na conta, dinheiro que foi gasto pelos arguidos em pouco tempo na compra de ouro, telemóveis, poker online e levantamentos. Questionado sobre se fazia parte das dívidas, Nuno disse que não. “Era dinheiro que estava disponível e por isso gastei-o”.

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Em tribunal, Ângelo Taia, negou ter agredido a vítima e até disse que cuidou dos seus ferimentos com betadine. “O Nuno ligou-me, disse para ir ter à sua casa e lá pediu-me para pôr o Pedro na casa de banho e fechá-lo. Tratei das feridas com betadine, mas enojei-me com o seu estado e deixei-o lá”. Questionado sobre a razão de não ter pedido socorro ou abandonado o local no primeiro momento, o arguido disse que tinha receio de que o mesmo lhe acontecesse.

Pedro morreu quatro a cinco dias depois do crime e Nuno comprou um carro por 1500 euros para colocar o corpo de Pedro e na companhia de Ana, sua companheira, e Paulo Rodrigues, outro consumidor de droga que assistiu ao crime, deslocaram-se a um poço na Moita, perto da casa de Ana, onde atiraram o corpo. A 16 de Março, o corpo viria a ser descoberto e pouco depois, o grupo foi detido.

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