Além de André Martins, os social-democratas querem também ouvir no Parlamento a embaixadora da Ucrânia
O PSD anunciou hoje que vai pedir a audição parlamentar do presidente da Câmara de Setúbal e da embaixadora da Ucrânia, e solicitar esclarecimentos, por escrito, ao gabinete do primeiro-ministro.
O semanário Expresso notícia hoje que refugiados ucranianos são recebidos na Câmara de Setúbal por russos simpatizantes do regime de Vladimir Putin e que responsáveis pela Linha de Apoio aos Refugiados estão a fotocopiar documentos dos refugiados, entre os quais passaportes e certidões das crianças.
“A ser verdade esta notícia, o PSD repudia absolutamente e considera inaceitável esta atitude por parte das autoridades locais, neste caso a Câmara de Setúbal, e de todas as entidades envolvidas”, afirmou o vice-presidente da bancada parlamentar Ricardo Baptista Leite, em declarações aos jornalistas no parlamento.
O PSD, exige, por um lado, que “sejam imediatamente interrompidas quaisquer actividades desta natureza”, dizendo que a situação ocorrida no passado na Câmara de Lisboa ainda sobre a presidência de Fernando Medina “já deveria ter servido de lição” para não facilitar a passagem de informação “aos invasores da Ucrânia”.
“E o PSD entende que tem de haver esclarecimentos: iremos fazer um pedido de audição conjunta (Comissão de Assuntos Constitucionais e Comissão de Negócios Estrangeiros) ao presidente da Câmara de Setúbal, mas também à embaixadora da Ucrânia em Portugal, que de certo modo denunciou o que se está a passar”, anunciou.
O PSD irá ainda dirigir uma pergunta escrita ao gabinete do primeiro-ministro, António Costa, que tem a tutela do Alto Comissariado para as Migrações.
“Tem de dizer de forma peremptória se mantém a confiança nestas associações que têm alegados agentes pró-russos a actuar no nosso país, não pode haver complacência nesta matéria e falta de clareza no posicionamento de Portugal”, defendeu, salientou que estas famílias são compostas “maioritariamente por mulheres e crianças”.
O deputado acrescentou que a matéria pode até vir a ser motivo de uma investigação judicial, mas disse querer ouvir primeiro as explicações quer nas audições parlamentares que requereu, quer do gabinete de António Costa.
SMA / Lusa