Eleitos social-democratas acusam executivo de não ter “capacidade” para fazer cumprir os orçamentos e respondem às críticas deixadas pelo PS
O PSD Setúbal considera que o orçamento municipal apresentado pelo executivo da Câmara Municipal de Setúbal é “megalómano e fantasioso”. Em referência ao valor no documento apresentado no ano passado (239 milhões de euros) entendem que já este era “bastante irrealista”.
As considerações foram proferidas por Paulo Calado, presidente dos social-democratas de Setúbal, em conferência de Imprensa para justificar o voto contra o orçamento municipal.
Durante a sessão o também vereador naquela câmara municipal criticou o executivo CDU pela “pouca capacidade de gerir de forma equilibrada as finanças e o orçamento da autarquia”. Considerou, portanto, que o chumbo do orçamento – que vai obrigar a autarquia a governar o ano de 2025 em duodécimos – “resultará numa gestão mais controlada daquilo que são os valores que estão à guarda ou para executar pelo executivo municipal, sendo que dessa forma, os irá gerir melhor”.
“Com este cenário, não pode o PSD deixar de manifestar a sua preocupação por mais um ano perdido e a dificuldade de compreender a estratégia adoptada. É urgente que nos tornemos eficientes do ponto de vista económico para alavancarmos o desenvolvimento económico e territorial da cidade, tornando-a uma cidade e um município atractivo e dinâmico para os jovens, para as empresas aqui investirem, e saudável e acolhedora para os mais vulneráveis”, considerou ainda o responsável.
Paulo Calado lembra taxa de execução de 31% do orçamento de 2024
Em balanço dos três primeiros trimestres de 2024 o PSD diz que, a 30 de Setembro, a execução do orçamento deste ano “atinge apenas 31%”, valores que consideram estar “muito aquém” dos orçamentados. Recordam ainda que, também nesta data, se registaram 13% de execução do plano plurianual de investimentos. “Também a esta data se verifica um resultado negativo de 16,1 M€, seguindo o histórico dos resultados negativos dos anos de 2023 e 2022”.
Ao referirem a dívida a fornecedores relatam que esta aumentou em relação ao período homólogo “em 10 M€, ascendendo aos 30M€ de euros dos quais 8M€ são dívida com mais de um ano de antiguidade”.
Não foi por falta de “instrumentos”, dizem, ao afirmar que a CDU “não conseguiu controlar as contas, e mais grave ainda, não conseguiu executar os seus próprios orçamentos, quando tinha todas as condições para o fazer”.
“Este executivo CDU continua a propor orçamentos municipais sem efectivo planeamento, sem capacidade de concretização e, no fundo, sem responsabilidade”, complementam ainda.
Resposta | “Mão amiga” foi dada pelos socialistas
O responsável pelos social-democratas em Setúbal considera que “para haver um encontro é preciso haver duas mãos, não é só com uma”. As palavras são dirigidas em resposta ao PS Setúbal que, em conferência de Imprensa na passada quinta-feira, disseram que a CDU “socorreu-se da mão amiga” do PSD para “manter a ilusão” de que governava sozinho.
“As mãos amigas que existiram foram no Governo durante oito anos em que muitas das coisas que são agora reclamadas pelo PS, não foram resolvidas durante estes oito anos. Essa é a nossa resposta. Temos sido uma oposição responsável, demos todas as condições à CDU para governar, em parcial o PS também, ao contrário do que querem dar a entender”, disse ainda Paulo Calado.
