Abordagem inovadora expandida a várias regiões do País após parceria com Ordem dos Fisioterapeutas
A Ordem dos Fisioterapeutas juntou-se à Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal (ESS/IPS) para expandir um programa inovador na avaliação e tratamento da lombalgia. O Programa SPLIT, que se encontra alinhado com o Plano Nacional de Saúde 2030 da Direcção-Geral da Saúde, resulta de um projecto de investigação liderado pela ESS/IPS, sob coordenação científica do docente Eduardo Cruz, tendo já sido implementado no Agrupamento de Centros de Saúde da Arrábida.
Este programa assenta num “instrumento de triagem para tratamento diferenciado”, que classifica “os indivíduos com episódios de lombalgia” em três categorias de risco de desenvolvimento de sintomas persistentes e incapacitantes (baixo, médio e elevado), e que demonstrou “resultados promissores no estudo-piloto”.
Em nota de Imprensa, o politécnico sadino explica que numa amostra de cerca de 500 utentes inseridos neste programa, seis meses após a consulta inicial, “foi reduzida, em cerca de 80%, a probabilidade de apresentarem um quadro de lombalgia persistente e incapacitante”. Também ao nível da prescrição de meios complementares de diagnóstico e medicação, este programa “permitiu reduzir, em cerca de 30%, cada um destes indicadores”.
É também explicado pelo estabelecimento de ensino superior que, recentemente, o programa SPLIT foi seleccionado para a 1ª fase do Pacto Saúde Sustentável 2030, no âmbito da implementação do Plano Nacional de Saúde 2030. Trata-se de um processo colaborativo e multissectorial, que orienta e influencia as políticas públicas e intervenções com impacto na saúde em Portugal. O politécnico clarifica também que esta fase inicial de implementação “focar-se-á na expansão do programa a outras unidades de saúde”, em Portugal, que já tenham fisioterapeutas integrados.
“Para tal, serão identificados e consultados potenciais interessados, em várias regiões do país, com o objectivo de formar fisioterapeutas, a partir do primeiro semestre de 2025, garantindo assim que mais utentes possam vir a beneficiar desta abordagem inovadora para o tratamento da lombalgia”, refere o IPS.
O politécnico acrescenta ainda que a lombalgia “é considerada a patologia reumática e músculo-esquelética mais prevalente em Portugal” e a que “mais incapacidade causa”, algo que resulta muitas vezes em “reformas precoces, absentismo e limitações na vida pessoal”.