Projecto estendeu a sua rede a todo o território continental e promoveu a criação de 1 333 postos de trabalho
De um total de 1 333 postos de trabalho criados de norte a sul do País, em 2020, pelo programa Incorpora da Fundação “la Caixa”,160 beneficiaram pessoas do Distrito de Setúbal.
O programa, desenvolvido em parceria com o BPI e o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), é destinado àqueles que se encontram num contexto de maior vulnerabilidade. E dos 160 empregos criados na região, “142 abrangeram pessoas em situação de exclusão social e 18 com alguma incapacidade física/intelectual”, revelou a fundação a O SETUBALENSE. Em termos globais, 1 228 postos de trabalho beneficiaram pessoas na primeira situação e 105 com algum nível de incapacidade.
“Grande parte das contratações teve lugar em plena pandemia. Devido ao fecho de inúmeras empresas, especialmente dos sectores da restauração e do turismo, o programa adaptou-se para aproveitar as oportunidades que surgiram noutros ramos, como, por exemplo, no das limpezas de hospitais, higienização, assistência a pessoas idosas em lares ou ao domicílio, escolas e refeitórios, entre outros”, sublinhou a fundação.
No caso da região de Setúbal, o Incorpora contou com a colaboração de cinco instituições que foram seleccionadas a integrar uma rede de entidades que acompanha, com técnicos, o processo e que faz a prospecção empresarial. A saber: a Associação para a Formação Profissional e Desenvolvimento do Montijo; a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental; a Fundação COI; a Cooperativa da Solidariedade Social RUMO e a Sociedade de Estudos e Intervenção em Engenharia Social (SEIS). Estas cinco instituições figuram entre um total de “58 entidades e 113 técnicos” que partilham “informação sobre ofertas de trabalho” e acompanham “os beneficiários nos processos de selecção e inserção”, quer nas empresas locais quer no recrutamento.
“O programa oferece às entidades seleccionadas o acesso e formação na metodologia Incorpora, assim como uma contribuição a fundo perdido no valor de €30.000 por ano”, explicou a fundação. Já as entidades “comprometem-se a dispor de um técnico responsável por dar apoio personalizado aos beneficiários, acompanhando-os antes e durante o processo de contratação”, além “de um técnico de prospecção empresarial, que deverá identificar e visitar empresas, procurando oportunidades de trabalho para os beneficiários”.
Pandemia obrigou a apoiar mais
O programa Incorpora, adianta a fundação, “visa promover a contratação, por parte das empresas portuguesas, de pessoas em risco ou situação de exclusão”. Ou seja: “ jovens que não estão a trabalhar, nem a estudar ou frequentar qualquer tipo de formação, desempregados de longa duração, com mais de 45 anos, ex-reclusos, ex-toxicodependentes, vítimas de violência doméstica e pessoas com deficiência ou incapacidade e que, em termos gerais, não têm grandes qualificações ou habilitações”. Face ao aumento do desemprego, devido à pandemia, o programa tem, porém, “acompanhado e prestado assistência a beneficiários em situação de vulnerabilidade com qualificações superiores e elevada experiência profissional, sendo necessário procurar ofertas laborais que se adaptem a estes novos públicos”, realçou a fundação, a concluir. No último ano, o programa da Fundação “la Caixa” , que se estendeu a todo o território continental, registou o envolvimento de 508 empresas.