26 Junho 2024, Quarta-feira

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Profissionais da USF de São Filipe suspeitam que amianto está a provocar problemas cancerígenos

Profissionais da USF de São Filipe suspeitam que amianto está a provocar problemas cancerígenos

Profissionais da USF de São Filipe suspeitam que amianto está a provocar problemas cancerígenos

Vereador do PSD explicou na última reunião de câmara que responsáveis adiantam que há registo de seis casos de cancro

 

Os profissionais da Unidade de Saúde Familiar (USF) de São Filipe, na zona do Viso, suspeitam que o amianto existente na cobertura do edifício lhes está a provocar graves problemas na saúde, nomeadamente cancro, uma vez que a presença de amianto em materiais degradados pode representar um perigo para a saúde pública.

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A situação foi levantada por Fernando Negrão, vereador do Partido Social Democrata (PSD), na reunião pública de quarta-feira, durante a qual explicou que, de acordo com os responsáveis da USF de São Filipe, “há dois casos de morte por cancro, há dois casos de pessoas com cancro que recuperaram e há dois outros reformados que contraíram essa doença”.

“Naturalmente que não vou dizer que a causa directa seja o amianto, mas sabemos da ligação entre uma coisa e outra. São casos sufi cientes, e demais, que podem justificar alguma intervenção urgente ou, pelo menos, preocupação directa da parte da câmara ou junto do Ministério da Saúde”, disse o autarca no período antes da ordem do dia.

O social-democrata referiu tratar-se de um “problema grave”, em que “a preocupação de todos os funcionários e de alguns utentes é muito grande”. Em resposta, Pedro Pina, vereador da CDU com o pelouro da Saúde, confirmou que a autarquia já tinha conhecimento da situação.

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“O que lhe posso dizer objectivamente à matéria que aqui nos trouxe é que a Câmara Municipal de Setúbal conhece, já sinalizou e, inclusive, demonstrou disponibilidade para tentar perceber de que forma é que poderá intervir, sendo que ultrapassa as suas responsabilidades directas”, frisou o autarca comunista.

Antes, Pedro Pina afirmou que, “no que diz respeito à fragilidade das infra-estruturas das unidades de saúde familiares, para grande circunstância das dificuldades de todos os utentes, é uma realidade transversal à grande maioria das unidades do concelho”.

No entanto, explicou que, “na negociação que se tem vindo a estabelecer relativamente à transferência de competências” na área da Saúde, “é mais uma matéria que estaria e que estava omissa e que não pode ficar, de todo, sem estar objectivamente considerada”.

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“E perceber em que medida é que o Governo considera essa mesma unidade para transferir porque não faz qualquer sentido que perante esse diagnóstico, que é apenas uma parcela, que fi que a Câmara Municipal com um ónus para o qual não tem depois os meios e os recursos para o resolver”, acrescentou.

Em comunicado, o PSD dá ainda conta de que, além da existência de uma placa de amianto, “já muitas vezes reclamada e cuja remoção tarda em ser executada”, as instalações da USF de São Filipe ficam alagadas, “com água proveniente da cobertura, sempre que chove com alguma intensidade”.

Por este motivo, entende a coordenação da USF que “a substituição da cobertura é indispensável”. “É do interesse público e dos funcionários a remoção do amianto e a devida reabilitação da cobertura, mas esta não tem sido atendida porque o terreno onde se encontram estas instalações “provisórias”, do início da década de 90, é de “ninguém””.

Segundo os sociais-democratas, em nota assinada por Nuno Carvalho, presidente da Comissão Política da Secção de Setúbal do PSD, “não sendo o terreno do Estado, esta circunstância tem servido de absolvição para não se realizarem as obras necessárias”, em que “a última intervenção feita ao edifício remonta a 2010, durante o governo Sócrates”.

“O último relatório que a coordenação tem em mãos é de 2008, representando um parecer sobre a eventual avaliação da concentração de fibras de amianto em suspensão no ar no interior da USF de São Filipe e sabendo-se que foi elaborado por um técnico de Engenharia Sanitária”.

Com o intuito de ser discutida a situação, que “afecta não só os profissionais, bem como todos os utilizadores e população local”, realizou-se na tarde de quarta-feira “uma reunião à porta fechada entre a coordenação da Unidade de Saúde Familiar de São Filipe e o presidente do ACES [Agrupamento de Centros de Saúde] Arrábida”.

A reunião teve “como objectivo reforçar a necessidade de se efectuar uma vistoria em que se proceda à medição das partículas de amianto, com vista à realização de um relatório que verifique se existe um efeito de causalidade entre a existência do amianto e os casos de cancro detectados”, sublinham os sociais-democratas.

O SETUBALENSE tentou ouvir a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), mas até à data não obteve resposta às questões enviadas por e-mail.

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