Iniciativa tem como objectivo angariar fundos a favor da Associação Nacional de Cuidadores Informais
A Praia da Figueirinha recebeu no primeiro dia do ano cerca de 250 pessoas, que participaram na sexta edição do Mergulho Motard Solidário. Esta iniciativa, organizada por João e Cristina Raposo, com diversos apoios, incluindo do município, tem como objectivo sensibilizar para a realidade dos cuidadores informais e angariar fundos a favor da Panóplia de Heróis – Associação Nacional de Cuidadores Informais. Este mergulho reuniu pessoas que cuidam ou cuidaram, de forma regular ou permanente, de familiares e outros cidadãos em situação de dependência.
Para Pedro Pina, vereador da Câmara Municipal de Setúbal, “este é um mergulho em nome da vida”. No entender do autarca, qualquer um, a dada altura da vida, pode tornar-se cuidador informal. “Quando isso acontece, as entidades devem proporcionar as condições necessárias para podermos cuidar. É para isso que estamos aqui a alertar hoje. Estamos a dar o sinal, no primeiro dia do ano, de que é preciso fazer mais”, sublinhou.
Organizadores desta iniciativa há seis anos consecutivos, João e Cristina Raposo foram cuidadores informais da filha durante onze anos e meio, período em que desenvolveram “todos os esforços para lhe garantir a melhor qualidade de vida possível”. João Raposo destacou que “foi muito difícil”, tendo o casal alcançado “os limites físicos e financeiros e a todos os níveis que possam imaginar”, recordou.
Foi em 2016, após a morte da filha, que o casal decidiu que tinha de “fazer alguma coisa para ajudar os cuidadores”, tendo em conta que passam pela mesma experiência de vida e precisam de apoio.
Em nota de Imprensa, a autarquia setubalense explica que “além de alertar a população para a realidade dos cuidadores informais”, o Mergulho Motard Solidário promove a venda de t-shirts e de outros produtos de merchandising, cujas receitas revertem integralmente a favor da Panóplia de Heróis – Associação Nacional de Cuidadores Informais.
Esta associação, fundada em 2018, tem como objectivo “defender os direitos e deveres dos cuidadores informais”, destacou Sílvia Artilheiro, uma das primeiras presidentes da instituição, a qual “não tem qualquer apoio estatal e vive de donativos e das quotas dos associados”.
A antiga responsável confessou-se emocionada com “a multidão” que participou na sexta edição do evento, tendo ainda apontado que “há ainda muito trabalho para fazer” nesta área, considerando que o estatuto de cuidador informal, “apesar de ser muito rico em termos legislativos, na prática ainda não vale muito”.