Jorge Roque da Cunha diz que concentrar urgências obriga a que as escalas sejam reforçadas e não há médicos para esse efeito
A direcção executiva do Serviço Nacional de Saúde avança que a solução para assegurar o funcionamento de, pelo menos, dois serviços de urgência de Ginecologia e Obstetrícia durante, inclusivamente o Natal e o Ano Novo, passa por o Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, o Hospital Garcia de Orta e o Centro Hospitalar de Setúbal cooperem e partilhem recursos.
A deliberação assinada na passada segunda-feira pelo director executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, não convence, no entanto, o presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque da Cunha, que alega sobre esta medida que a mesma não resolve o problema de fundo destas unidades, nomeadamente “a necessidade de contratação de médicos” e de evitar que saiam do SNS, em especial obstetras anestesistas, refere a Lusa.
“Não estando resolvidas estas questões, concentrar urgências obriga a que as escalas sejam reforçadas e não há médicos para esse efeito”, disse. Para o presidente do SIM o aumento de fluxo de doentes a essas maternidades, que já estão no limite, vai criar problemas. Portanto, “não é um problema de férias, de Natal e de Fim de Ano. Enquanto não forem resolvidas as questões de fundo, os problemas mantêm-se e afecta o acesso aos cuidados de saúde dos mais debilitados do ponto de vista financeiro”, e considera que os hospitais ficam dependentes de prestadores de serviço sem vínculo às unidades.
Ao abrigo da deliberação, segundo a lusa, as três instituições mobilizam recursos no sentido de assegurar a operação em pleno dos Serviços de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia e respectivo Bloco de Partos do Centro Hospitalar Barreiro-Montijo e do Hospital Garcia de Orta entre amanhã, dia 23 e segunda-feira, dia 26.
A isto acrescenta que o Serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar de Setúbal assume o nível 1 do Plano de Contingência definido pela Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia e Obstetrícia e Bloco de Partos entre as 08h00 e as 20h00 de sexta-feira e o nível 3 entre as 20h00 de sexta-feira e as 08h00 de segunda-feira.
Pela mesma deliberação, os Serviços de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar Barreiro-Montijo e do Hospital Garcia de Orta vão funcionar de forma normal no fim de semana entre amanhã e 26 de Dezembro deste ano.
Quanto ao período entre 30 de Dezembro e 2 de Janeiro, as três unidades hospitalares mobilizam recursos para assegurarem a operação em pleno dos Serviços de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Garcia de Orta e do Centro Hospitalar de Setúbal.
Com isto, o Serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar Barreiro-Montijo assume o nível 1 do Plano de Contingência definido pela Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia e Obstetrícia e Bloco de Partos entre as 08h00 e as 20h00 do dia 30 de Dezembro de 2022 e o nível 3 entre as 20h00 do dia 30 de Dezembro de 2022 e as 08h00 do dia 02 de Janeiro de 2023.
Já os serviços de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Garcia de Orta e do Centro Hospitalar de Setúbal, funcionarão de forma normal no fim de semana de 30 de Dezembro de 2022 a 02 de Janeiro de 2023.
O plano define ainda que o Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, o Hospital Garcia de Orta e o Centro Hospitalar de Setúbal cooperam e partilham recursos par a garantirem o funcionamento rotativo dos respectivos Serviços de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia durante o primeiro trimestre de 2023 com um modelo de funcionamento já definido.
Durante os fins-de-semana, o Serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Garcia de Orta funcionará de forma normal, enquanto os serviços de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar Barreiro-Montijo alternam o acesso com o Serviço de Urgência Externa de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar de Setúbal.
Os resultados deste plano estratégico serão avaliados mensalmente pelo director executivo do Serviço Nacional de Saúde, de forma a definir a actuação nos restantes trimestres de 2023.
Na deliberação é referido que os conselhos de administração das três unidades foram ouvidos no âmbito do plano que será agora implementado.