Presidente da Câmara de Setúbal diz que nunca utilizou cartões de crédito do município

Presidente da Câmara de Setúbal diz que nunca utilizou cartões de crédito do município

Presidente da Câmara de Setúbal diz que nunca utilizou cartões de crédito do município

Autarquia enviou a auditoria, onde é visada Maria das Dores Meira, para a Polícia Judiciária e Inspeção-Geral de Finanças

O presidente da Câmara de Setúbal, André Martins (CDU), afirmou esta quinta-feira que a auditoria à utilização abusiva de ajudas de custo e cartões de crédito do município não detetou nenhum registo suspeito no atual mandato, porque nunca os utilizou.

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O autarca setubalense reagiu desta forma às dúvidas levantadas pela ex-presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira – que se recandidata ao cargo como independente apoiada pelo PSD nas próximas eleições autárquicas -, por a referida auditoria não ter qualquer referência ao atual mandato autárquico.

“Se a partir de outubro de 2021 não foi encontrado nenhum registo [suspeito] nos documentos fornecidos pelos serviços da Câmara Municipal, naturalmente que a empresa que fez a auditoria não registou essas coisas”, disse André Martins, na sessão pública de câmara realizada hoje, depois de lembrar que a referida auditoria abrangia o período compreendido entre 1 de janeiro de 2017 e 31 de outubro de 2024.

“Este presidente de Câmara, desde o início deste mandato, nunca utilizou nenhum cartão bancário da Câmara Municipal. Existe apenas um cartão bancário, porque, para alguns pagamentos, é obrigatório a Câmara Municipal ter um cartão bancário, que é gerido pelos serviços”, explicou o autarca setubalense, que se recandidata ao cargo em 12 de outubro, acrescentando: “Por outro lado, eu utilizo todos os dias o carro que me está adstrito a mim, ao presidente da Câmara. Nunca utilizei o meu carro particular para pedir ajudas de custo à Câmara Municipal”.

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A auditoria, a que a agência Lusa teve acesso, foi realizada por proposta dos eleitos do PS e aprovada pela maioria CDU, PS e PSD na câmara de Setúbal, após uma notícia do jornal Público de 29 de agosto de 2024 e uma investigação da estação televisiva SIC transmitida no dia 23 de outubro do mesmo ano, sobre a alegada utilização abusiva dos cartões de crédito do município sadino e recebimento indevido de ajudas de custo no mandato de 2017/2021.

A “acumulação indevida de ajudas de custo com despesas pagas por cartão de crédito, utilização de verbas municipais para fins de natureza pessoal ou recreativa e ausência de documentos justificativos para diversos movimentos bancários, que configuram potenciais violações dos princípios da legalidade, da prossecução do interesse público”, são algumas das alegadas irregularidades detetadas pela auditoria durante o último mandato autárquico de Maria das Dores Meira.

Para a ex-autarca da CDU, que cumpriu três mandatos consecutivos como presidente da Câmara de Setúbal em 2009, 2013 e 2017, a auditoria externa encomendada pelo município é mais um elemento da “perseguição política” de que diz ter sido vítima desde que anunciou que seria de novo candidata à Câmara Municipal de Setúbal.

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Em nota de imprensa, a candidatura de Maria das Dores Meira considera haver “falhas graves” que invalidam as conclusões da auditoria, alerta para uma alegada “fraude em período eleitoral” e promete “agir judicialmente contra autores e responsáveis” da mesma.

A Câmara de Setúbal enviou a auditoria, onde é visada Maria das Dores Meira, para a Polícia Judiciária e Inspeção-Geral de Finanças, mas o vereador socialista Fernando José, também candidato do PS às próximas eleições autárquicas, pediu que o documento fosse também enviado para o Tribunal de contas.

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