Mário Salvado ficou com a “herança” do pai e, todos os anos, volta a embelezar um espaço que continua a atrair muitos olhares
A tradição de levantar o presépio com mais de 500 peças de barro manuseadas por artistas portugueses no Paço de São Marçal, no bairro do Troino, na União das Freguesias de Setúbal, está viva graças a Mário Salvado que continua com um costume que é já considerado familiar.
A “herança” ficou do seu pai, José Sousa – mais conhecido como Zé Bombeiro -, e continua aos dias de hoje para homenagear o padroeiro dos bombeiros. O homem, de 34 anos, é quem mantém aceso o espírito natalício mas reconhece que a “manutenção desta tradição exige um grande esforço pessoal, implicando a renovação anual de parcerias para garantir a realização do presépio”, lê-se em nota de Imprensa do executivo daquela junta de freguesia. Lembra-se das vezes em que, quando era mais novo, ajudava o progenitor na montagem.
Mário Salvado admite querer manter “vivo o espírito natalício e promovendo a riqueza cultural e histórica de Setúbal” mas, além disso, espera que a tradição ganhe outros contornos que permitam que esta se renove, além de ser preservada por mais anos.
Ainda assim a dedicação continua a ser total, “e tem sido uma constante ao longo dos anos”. Este ano o presépio que era já emblemático contou com uma ajuda das voluntárias da Oficina de Costura do Centro Comunitário da União das Freguesias de Setúbal que “criaram enfeites para a decoração da Oliveira da Paz, também situada no local, bem como para a árvore de Natal presente no Paço da Verónica reforçando o espírito natalício no centro histórico da cidade”.
As peças são “moldadas através de técnicas ancestrais” e algumas delas são mesmo feitas por artesãos setubalenses, tendo estas sido oferecidas pela loja Setúbal Soul. O projecto contou, este ano, com o apoio da Santa Casa da Misericórdia, as lojas Glamour e Onda de Flores, entre outras entidades.
O reconhecimento ao responsável pela tradição foi feito na semana passada, num momento de convívio onde estiveram também as voluntárias do projecto e Fátima Silveirinha, do executivo da UF de Setúbal, que “agradeceu a Mário Salvado pela sua dedicação sublinhou a importância de manter vivas as tradições de Natal, nomeadamente através da arte portuguesa”.
Além de ser conhecido e reconhecido por manter vivo o espírito da festividade no bairro do Troino, Mário Salvado conta com participações nas marchas populares e é ligado à direcção do grupo Fonte Nova.