Prédio de 15 andares na nova Marina de Setúbal pode ‘cair’ ainda antes da construção

Prédio de 15 andares na nova Marina de Setúbal pode ‘cair’ ainda antes da construção

Prédio de 15 andares na nova Marina de Setúbal pode ‘cair’ ainda antes da construção

André Martins, edil de Setúbal, considera que edifício “não se deveria colocar ali”. Carlos Correia, presidente da APSS, vê alterações em termos urbanísticos como algo “natural”

O hotel de 15 andares previsto para a nova Marina de Setúbal, que tanta polémica tem gerado, pode nunca chegar a sair do papel. Após várias criticas, assim como a resposta negativa da população à consulta pública, onde mais de 60% das participações foram de discordância com o projecto, André Martins, presidente da Câmara Municipal de Setúbal, considerou que houve uma “precipitação” relativamente ao edifício, afirmando que “não se deveria colocar ali aquele edifício de 15 andares”, mas insiste na importância do projecto da marina. Já Carlos Correia, presidente da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS), sublinhou que alterações em termos urbanísticos são algo natural.

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Para o autarca sadino, é necessário desenvolver um plano de pormenor da Marina de Setúbal para perceber os impactos que esta vai ter em terra. Em declarações a O SETUBALENSE o autarca considera que a edificação de um prédio de 15 andares, como está contemplado no projecto, foi precipitada. “Acho que houve uma precipitação, mas as coisas são assim. Da parte da câmara municipal, quando esse processo avançar, haverá lugar a um plano de pormenor e nesse os técnicos hão-de lá colocar aquilo que for adequado para esse espaço, tendo em conta a harmonia urbana”.

Durante o período de consulta pública do projecto várias foram as queixas dos munícipes relativamente à construção deste edifício na zona ribeirinha da cidade, mas para o responsável pelo município vai haver tempo para os cidadãos terem voz sobre a situação.

“O plano de pormenor será sujeito a discussão pública e nessa altura os setubalenses hão-de se pronunciar sobre isso, tanto o edifício como outras coisas que estejam nesse plano. É nessa altura que será o tempo certo para avaliar e decidir sobre essa proposta”. Assume então, ao expressar a sua opinião, que “não se deveria colocar ali aquele edifício de 15 andares”, mas insiste na importância do projecto da marina.

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“Acho que os setubalenses e a região beneficiam da criação de uma marina nos termos em que ela está definida. No plano da água foi aquilo que foi decidido, mas também tem efeitos em terra e esses estão sujeitos a um plano de pormenor que é, no fundo, a harmonização arquitectónica e a organização do espaço deste território ribeirinho fronteiro à marina”.

No entanto assume que a matéria é da responsabilidade da APSS, reiterando o apoio da câmara municipal à instituição. “A responsabilidade pelo andamento deste processo é da APSS, mas é óbvio que a câmara municipal também está neste projecto”.

Numa recente entrevista ao jornal O SETUBALENSE, o responsável da APSS considerou que, em termos urbanísticos, está tudo em aberto para serem feitas alterações. “O projecto, tal como foi configurado, da parte da marina estava muito consolidado, mas, da parte de terra, estava relativamente em aberto. Ou seja, havia um conjunto de intenção, mas, no concurso iria ser dada liberdade aos concorrentes de proporem soluções alternativas, ainda que avaliadas no âmbito do projecto”.

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Carlos Correia explicou que este foi um dos pontos em que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) se mostrou “menos confortável”, pela “dificuldade em pronunciar-se sobre uma coisa que estaria ainda um pouco em aberto”.

O responsável sublinhou que a intenção da APSS é que o projecto avance tão rápido quanto possível. “Reconheço que o projecto é impactante para a cidade de Setúbal e, portanto, acho que, se pudermos perder um pouco mais de tempo a ajustá-lo às pretensões dos residentes, merece a pena”.

Sobre a resposta populacional à consulta pública, Carlos Correia referiu que a mesma seria alvo de uma análise, para se perceber aquilo que seria necessário adequar em termos de projecto. “Teremos de interagir com a Câmara Municipal de Setúbal. Eu já falei com o senhor presidente [André Martins] – porque a maior parte da participação e algumas opiniões menos favoráveis ao projecto foram da parte de terra, não tanto da parte da marina em si mesma, que é a parte da APSS, no sentido de interagirmos em conjunto também com a APA, no sentido de verificar o que é possível adaptar no projecto”.

O presidente da APSS quer “eliminar, no fundo, tanto quanto possível”, aquilo que foram os pontos de contestação no âmbito da consulta pública.

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