Custo dos resíduos actualizado em 15% como resposta ao aumento de cerca de 300% da tarifa cobrada pela Amarsul
Os novos preços a cobrar pela água e saneamento em 2025 vão ter uma actualização de 5,3 por cento, enquanto os resíduos são actualizados em 15 por cento, sendo este valor definido para “minimizar o aumento” de cerca de 300 por cento da tarifa cobrada pela Amarsul. A decisão foi tomada na reunião pública desta quinta-feira, onde foi também aprovado pela Câmara Municipal de Setúbal o orçamento, plano plurianual de investimentos, tarifário e mapa de pessoal dos Serviços Municipalizados de Setúbal (SMS) para o próximo ano.
Nesta reunião, Carlos Rabaçal, vereador da autarquia que também preside ao conselho de Administração dos SMS, indicou que o exercício está “muito longe da aproximação aos custos reais que o sistema de resíduos comporta”, destacando que o aumento na esfera dos resíduos “não resolve o problema do défice, que se mantém muito acentuado”.
O responsável pela empresa sadina apontou também que “todos os municípios da região tomaram posição contra o aumento tarifário apresentado pela Amarsul”, empresa esta que é responsável pela gestão de resíduos sólidos urbanos em vários concelhos, incluindo Setúbal.
Nesta reunião foi também aprovado o Orçamento e Plano Plurianual de Investimentos dos SMS para 2025, sendo apresentada uma previsão de receita total superior a 36 milhões e 450 mil euros e uma despesa estimada de 36 milhões, 448 mil euros.
Relativamente ao Plano Plurianual de Investimentos, de cerca de 7 milhões e 400 mil euros, está dividido em quatro rubricas, concretamente 2 milhões e 200 mil euros em abastecimento de água, 2 milhões e 800 mil em águas residuais, 829 mil euros em resíduos urbanos e 1 milhão e 500 mil euros em funções gerais, explica-se no documento aprovado.
No entender de Carlos Rabaçal, este Plano de Investimentos vai “permitir fazer uma intervenção mais qualificada” na água, manter “uma intervenção mais consistente em todas as infra-estruturas de água e saneamento”, e ainda fazer “um esforço na internalização da actividade dos resíduos e na qualificação desta actividade”, realçou o autarca.
Foi ainda deliberado o Mapa de Pessoal dos SMS, com Carlos Rabaçal a destacar, no que respeita a recursos humanos, o investimento na valorização dos trabalhadores, algo que no seu entender se reflecte no facto de nos SMS haver 227 operacionais a receber subsídio de insalubridade.
“Na Amarsul os trabalhadores têm uma actividade completamente insalubre e não recebem este subsídio. É mais uma matéria em que aquela empresa está mais preocupada em fazer lucro do que em proteger os seus trabalhadores”, afirmou o responsável pelos SMS.
Ainda relativamente aos recursos humanos, o autarca sublinhou que a empresa está a fazer “um grande esforço” no reforço de equipas. “Queremos estabilizar para podermos ter equipas consolidadas, formadas, com qualidade e a desenvolver um trabalho de excelência”, atirou, reforçando que é “o que merecemos em Setúbal”.