“Porto de Setúbal tem um potencial muito grande ao nível de crescimento” [corrigida]

“Porto de Setúbal tem um potencial muito grande ao nível de crescimento” [corrigida]

“Porto de Setúbal tem um potencial muito grande ao nível de crescimento” [corrigida]

Presidente do conselho de administração da APSS destaca como o novo aeroporto pode potenciar o porto, designadamente em abastecimento de combustíveis

O Porto de Setúbal continua a consolidar-se e a crescer, e é esse o objectivo de Carlos Correia, que pretende que esta infraestrutura sirva como grande pólo de apoio a toda a zona industrial da Península de Setúbal. Em entrevista a O SETUBALENSE, o presidente do Conselho de Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, enaltece o crescimento ao nível do tráfego ro-ro, destaca a estratégia “Up to Green” e realça como o novo aeroporto, que vai nascer no Campo de Tiro de Alcochete, irá potenciar o porto, designadamente em abastecimento de combustíveis.

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Qual o significado deste crescimento face ao ano anterior?

O crescimento que se tem verificado aqui no Porto de Setúbal, é, na prática, um crescimento que muito nos agrada registar. O porto continua a consolidar-se, continua a crescer, e é esse o nosso objectivo, e queremos também que sirva como um grande pólo de apoio a toda a zona industrial da Península de Setúbal.

Tivemos também algum crescimento ao nível do tráfego ro-ro, que são tráfegos muito importantes aqui no Porto de Setúbal, demonstra também esta vitalidade que existe, não só no porto, mas, naturalmente, das empresas que se socorrem do porto para a sua movimentação, e, essencialmente, para o tráfego de exportação que é feito aqui em Setúbal. Isso representa também a possibilidade de depois ter um reflexo ao nível do crescimento das próprias empresas e dinamização da economia, e também ao nível da criação de emprego na região.

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Existe uma estratégia para manter crescimento no último semestre de 2024?

O Porto de Setúbal tem uma estratégia que está bem definida, que se chama “Up to Green”. Esta visa uma transformação ou uma consolidação do Porto de Setúbal em alguns segmentos de carga, designadamente estes, do transporte de granéis e do Ro-Ro. Somos o porto, ao nível do sistema portuário nacional, com maior movimentação de Ro-Ro, praticamente 99% da movimentação que é feita em Portugal, é feita através do Porto de Setúbal. Mas estamos a projectar o Porto de Setúbal, designadamente em termos para acolher e captar o ecossistema associado aos novos combustíveis, às novas energias verdes que se prefiguram, e o porto enfrenta aqui desafios importantes.

O novo aeroporto ajuda nesta projecção?

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O Aeroporto de Alcochete vai também potenciar o Porto de Setúbal, designadamente em termos de abastecimento de combustíveis. Temos sido procurados por várias empresas que se querem posicionar, não só em termos desta transição energética, como no abastecimento de novos combustíveis, quer a navios, quer também para o novo aeroporto. Seremos também um lado importante no apoio, no fundo, à nova cidade aeroportuária que se desenvolverá em torno do novo aeroporto.

Será um apoio importante para captar essas empresas e todas essas actividades logísticas, em articulação com o novo aeroporto. Também estamos a trabalhar, designadamente ao nível das concessões que, como é sabido, o Porto de Setúbal tem dois terminais multiusos, cujas concessões terminam este ano. Estamos já num processo negocial, tendo em vista a prorrogação do prazo dessas concessões. Essa prorrogação é feita em contrapartida por um conjunto de investimentos, novos equipamentos e infra-estruturas, que será importante para o desenvolvimento e para o aumento da movimentação de carga no Porto de Setúbal.

Está delineada uma forma de fortalecer essa parceria com a indústria da região?

Relativamente aos novos projectos de investimentos, temos reuniões e trabalho conjunto que é feito com essas empresas. Estamos a falar da Aurora e de outros investimentos que se projectam aqui para a região com grande dimensão. Temos também uma parceria e reuniões com a AISET e com a AICEP Parque Logístico, no sentido de articular estratégias na medida em que o Porto de Setúbal possa ir-se desenvolvendo e criando novos projectos de desenvolvimento, que vão ao encontro das perspectivas, não só da indústria que cá está instalada, mas das novas indústrias que, perspectivam, vir a localizar-se na Península de Setúbal.

Como se justifica a quebra nas transportações?

É uma quebra que o ano passado tivemos, contrariamente até ao que foi a tendência nos restantes portos nacionais. O Porto de Setúbal e o de Lisboa foram os únicos que cresceram em termos da movimentação global e, em particular, nestes segmentos. Não podemos esquecer que se atravessa aqui um período, em termos da economia global, relativamente conturbado (a guerra da Ucrânia e a situação no Médio Oriente). A explicação que encontro para esta ligeira quebra terá naturalmente a ver com isso, porque a movimentação dos portos depende, essencialmente, da evolução do comércio a nível mundial, mais do que até da evolução do PIB a nível nacional.

Esta quebra que esperamos recuperar agora no segundo semestre, pelo menos os sinais que temos é que haverá uma recuperação no segundo semestre, mas eu diria que é conjuntural e se deve a alguns ajustamentos que têm havido com estas situações.

O Porto de Setúbal já recuperou do período da pandemia?

Já recuperamos e ultrapassámos os valores pré-pandemia. O Porto de Setúbal é um porto que tem um potencial muito grande ao nível de crescimento. Estamos a falar de investimentos com algum significado. São projectos exigentes que demoram algum tempo a serem implementados. Superamos claramente esse período da pandemia e já superámos este período pós-pandemia.

NR: No artigo onde se lia “Up to Grill” na estratégia adoptada pelo porto deve ler-se “Up to Green”. Pedimos desculpa à instituição e aos leitores pelo lapso.

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