26 Junho 2024, Quarta-feira

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Porfírio Gomes: “Ou temos decisões políticas céleres ou o risco de perdermos projectos para outros países é enorme”

Porfírio Gomes: “Ou temos decisões políticas céleres ou o risco de perdermos projectos para outros países é enorme”

Porfírio Gomes: “Ou temos decisões políticas céleres ou o risco de perdermos projectos para outros países é enorme”

O Porto de Setúbal tem sido um motor de desenvolvimento da região de Setúbal, afirma Porfírio Gomes

O presidente da Comunidade Portuária de Setúbal, diz que o Porto de Setúbal numa altura em que comemora o centenário, tem sido alvo do interesse de promotores de investimentos ligados às energias verdes. Investimentos estes que Porfírio Gomes considera de especial relevância para o desenvolvimento e posicionamento da infra-estrutura portuária sadina, e que se enquadram na estratégia da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra para criar no Interland do porto um hub de energias sustentáveis, mas para isso, são necessárias decisões políticas céleres para que haja capacidade de responder aos desafios que saíram da COP28.

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O também administrador da Tersado – Terminais Portuários do Sado, realça que os associados da Comunidade Portuária de Setúbal continuam com um considerável ritmo de investimentos, nomeadamente na aquisição de equipamentos de última geração com vista a reforçarem as operações e também para a melhoria e aproveitamento energético.

Vinca que o Porto de Setúbal é um motor na dinamização da actividade da região de Setúbal, mas, este desenvolvimento e crescimento, deve ser feito na convivência harmoniosa com a cidade.

Do Centenário do Porto de Setúbal, qual o momento a que dá maior destaque?Não consigo destacar nenhum dos eventos promovido durante todo o ano de 2023 no âmbito da celebração do Centenário do Porto de Setúbal, pois cada um deles teve objectivos próprio e públicos-alvo distintos. Uns foram dirigidos a um público mais abrangente como foi o caso da corrida do [Centenário do Porto de Setúbal], enquanto outros foram mais orientados para os players do sector marítimo/portuário.

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Tivemos, inclusivamente, a feliz coincidência de ser a Comunidade Portuária de Setúbal a organizar as duas reuniões anuais das Comunidades Portuárias do Continente, as quais foram também incluídas em todos estes eventos, e com bastante sucesso.

Qual o empoderamento que a Comunidade Portuária de Setúbal, sendo uma associação sem fins lucrativos, dá ao porto?

O empoderamento da Comunidade Portuária de Setúbal depende, fundamentalmente, da força e do envolvimento dos seus associados. É uma associação que promove o desenvolvimento do Porto de Setúbal, pretendendo que este se faça de forma harmoniosa e com a cidade.

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O porto deve ser um motor na dinamização da actividade da região de Setúbal, mas, este desenvolvimento e crescimento, tem de ser feito na convivência harmoniosa com a cidade. A cidade de Setúbal deve ter orgulho no seu porto, devendo este contribuir para o seu desenvolvimento e crescimento de forma sustentada, ajudando a promover a melhoria de vida e bem-estar das populações.

Quais as principais preocupações e desafios que actualmente se colocam aos associados da Comunidade Portuária de Setúbal e também stakeholders no Porto de Setúbal?

A Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra [APSS] tem sido confrontada com várias manifestações de interesse por parte de promotores de investimentos para o Porto de Setúbal, investimentos estes de grande interesse, pois todos eles estão ligados às energias verdes, logo mais sustentadas. Estes projectos também são de especial relevância para o porto, pois enquadram-se perfeitamente na estratégia da APSS e do Porto de Setúbal de criar no seu Interland um hub de energias verdes “HUB2GREEN”.

Estes projectos apresentam, no entanto, um grande desafio, até para termos capacidade de responder aos desafios que saíram da COP 28, que é a sua realização em tempos record, pelo que, ou temos decisões políticas muito céleres ou o risco de perdermos estes projectos para outros países é enorme.

Que investimentos destaca, realizados recentemente, pelos associados da Comunidade Portuária de Setúbal?

Já realizados e sempre prosseguindo o objectivo da sustentabilidade ambiental, tais como com a substituição de equipamento, temos projectos de reconversão de processos, projectos de melhoria e aproveitamento energético, entre vários que passam pela aquisição de equipamentos de última geração. Sem querer ser exaustivo, e pedindo desculpa a outros associados que também já tenham executado projectos desta natureza, lembro-me assim, rapidamente, da aquisição de gruas de última geração pela Tersado, do projecto da Secil para a reconversão de processos tendo em vista a redução de gases com efeitos de estufa e ainda projectos sustentados de produção de energia executados pela Lisnave e pela APSS. Penso que haverá outros, pois todos os players do Porto de Setúbal estão sensibilizados para o esforço que é necessário fazer, e muito rapidamente, relativamente à transição energética.

Quanto aos novos projectos com diferentes fases de desenvolvimento, além daqueles já bastante desenvolvidos na Comunicação Social como a Refinaria de Lítio e do Hidrogénio Verde entre outros, aponto alguns promovidos por associados da Comunidade Portuária de Setúbal, nomeadamente a Lisnave e a Etermar, que implicam avultados investimentos em projectos ligados à produção de energia eólica Off Shore, e no desmantelamento sustentado de navios pela Lisnave.

 

Pode-se dizer que os constrangimentos advindos com a pandemia covid-19 já estão ultrapassados?

Penso que ainda não estão completamente ultrapassados. Se é um facto que toda a logística mundial, nomeadamente a portuguesa, conseguiu responder de forma muito competente durante todo o processo pandémico, a realidade é que após o seu fim, com a retoma da ‘liberdade’ pelas pessoas, o consumo disparou muito rapidamente. As pessoas estavam ávidas de retomarem as suas vidas, e aí nota-se que ainda há algum, embora pequeno, défice nos processos produtivos e logísticos. No entanto, também não nos podemos esquecer da disrupção que as duas guerras entretanto iniciadas, e que ainda continuam, tiveram em todos os processos de produção e logísticos.

A guerra na Ucrânia imposta pela Rússia e a entre o Hamas e Israel têm causado problemas de desenvolvimento comercial ou de atracção de novos negócios?

Qualquer guerra desta natureza tem fortes impactos na produção e distribuição mundial. Não nos podemos esquecer do impacto de uma guerra, [na Ucrânia] que já dura há quase dois anos, teve em dois sectores vitais da economia como sejam o energético e o alimentar, a Invasão da Ucrânia pela Rússia, alterou completamente o paradigma do fornecimento energético na Europa.

Qual a área de negócio, na perspectiva de infraestruturas portuárias, antevê como de maior desenvolvimento futuro?

O grande desenvolvimento do Porto de Setúbal para os próximos anos só se fará com os novos investimentos já anunciados e com os outros acima referidos e em analise na APSS, e no Governo.

Considera que a actual situação política no País pode causar retardamento de investimentos nas acessibilidades necessárias às operações do Porto de Setúbal?

Como é evidente, há decisões que têm de ser tomadas em tempo útil, como estes projectos que têm horizontes temporais muito curtos para serem implementados.  O atraso nestas decisões pode comprometer a sua realização em Portugal.

No seu ponto de vista, qual a localização do novo aeroporto seria mais favorável ao Porto de Setúbal?

Ainda há muito pouca informação em concreto sobre essa matéria, no entanto, penso que seja em Alcochete ou Montijo, será sempre uma forte fonte de desenvolvimento e crescimento para a Península de Setúbal.

 

 

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