Instituição apresenta projectos “SEU – Services to Empower You” e “Bioscaff” em nova sessão do ciclo “Ciência à Conversa”
O Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) tem em desenvolvimento dois projectos de investigação que “procuram novas soluções para facilitar o quotidiano de pessoas com algum tipo de incapacidade”, apresentados na sessão do mês de Dezembro do ciclo “Ciência à Conversa”, dedicada ao Dia Mundial das Pessoas com Deficiência.
O projecto ‘SEU – Services to Empower You’ foi um dos projectos apresentados no encontro, promovido pela Unidade de Apoio à Inovação, Investigação, Desenvolvimento e Empreendedorismo (UAIIDE-IPS), com os primeiros passos a serem dados no sentido de ser desenvolvida “uma plataforma inteligente e adaptativa para a aquisição de serviços”.
Em comunicado, a instituição explica que “a ideia surgiu como resposta a um desafio, [sendo que] evoluiu para um levantamento exaustivo das adaptações a realizar na interacção e no processo de contratação de um serviço via web, tendo em consideração quatro grupos de incapacidades: motoras, cognitivas, visuais e auditivas”.
“Esta plataforma vem permitir que se faça o ‘upload’ de vídeos explicativos com tradução em Língua Gestual Portuguesa, caso o utilizador se registe como surdo. Se for uma pessoa com problemas cognitivos, terá à disposição um texto mais simples ou um pictograma”, explicou Patrícia Macedo, investigadora responsável, citada na mesma nota.
O projecto já passou por duas fases de testes, com o final a apontar “para a necessidade do desenvolvimento deste mesmo modelo de aplicação para o formato de dispositivo móvel”, até porque “o teclado e o rato dos computadores revelaram ser elementos que dificultam a realização das operações”.
“O potencial da impressão 3D na regeneração óssea é outras das áreas que tem vindo a ser alvo de investigação, nomeadamente através do projecto ‘Bioscaff’, desenvolvido em parceria com a Bioceramed, empresa especializada na produção de dispositivos médicos”.
Através da referida ideia foi criada “uma metodologia alternativa de produção de suportes tridimensionais cerâmicos para regeneração óssea, com recurso à impressão 3D, tendo-se verificado a viabilidade de duas metodologias distintas: por impressão directa e por impressão indirecta, através do fabrico de moldes e posterior infiltração”.
“Conseguimos demonstrar a possibilidade de usar as duas metodologias na produção de substitutos ósseos, que são idênticos ao que a empresa já disponibiliza, pelo que não necessitam de recertificação”, esclareceu o investigador responsável, Ricardo Batista.
Os dois projectos exploratórios apresentados na sessão do ciclo “Ciência à Conversa”, que acontece mensalmente, são “financiados pela própria instituição” e contam com “o envolvimento de estudantes, que são bem o exemplo de como as áreas da saúde e da tecnologia podem trabalhar de mãos dadas, com claros benefícios para os cidadãos”.