Crime terá ocorrido por tráfico de droga. Jovem suspeito foi identificado numa festa ilegal no Seixal, tendo conseguido fugir durante quase três meses
A Polícia Judiciária (PJ) de Setúbal deteve um jovem de 23 anos no Seixal por suspeitas de ser o autor do assassinato de um homem com 30 anos, durante uma festa ilegal, nas escarpas do Bairro da Bela Vista, no dia 21 de Fevereiro.
O suspeito, com residência no Monte da Caparica, estava identificado desde o dia do crime, mas só recentemente, no decorrer de uma festa ilegal em Corroios, foi identificado e detido, tendo conseguido fugir durante quase três meses. Será presente ao Juiz de Instrução Criminal para aplicação de medidas de coacção na terça-feira.
O motivo do crime prender-se-á por tráfico de droga. O suspeito e a vítima, conhecida como “Já”, não mantinham qualquer tipo de relacionamento. Contudo, marcaram presença, a 21 de Fevereiro, na mesma festa de aniversário, que decorreu numa discoteca improvisada entre o Bairro Azul e o Porto de Setúbal, e envolveram-se numa discussão.
“Já” acabou por morrer baleado com dois tiros, um que lhe atingiu o braço e outro no peito. As autoridades foram alertadas perto das oito horas, mas quando chegaram ao local, já o suspeito se tinha colocado em fuga. O óbito foi declarado no local pela equipa da Viatura Médica de Emergência e Reanimação do Hospital de São Bernardo, para onde o corpo foi transportado.
A vítima, com cerca de 30 anos, deixou uma filha. Nascido na Ilha de Santiago, “Já” mudou-se para Portugal há cerca de três anos e chegou a morar em Coimbra.
No local onde decorreu o crime, os ajuntamentos são recorrentes desde o início da pandemia, em Março de 2020, uma vez que os difíceis acessos ao espaço atraem pessoas de toda a região de Setúbal para consumo de droga e álcool.
Uma denúncia às autoridades deu conta de um ajuntamento com dezenas de pessoas na noite de 20 de Fevereiro na encosta da Bela Vista, onde foram construídas barracas e arrumos agrícolas pelos moradores do Bairro das Manteigadas. Ao redor do local do crime, inúmeras garrafas de cerveja, de bebidas brancas, vinho e latas de bebidas energéticas estavam espalhadas pelos terrenos em terra batida e enlameado, sinal das inúmeras festas. Algumas garrafas estavam já enterradas devido às torrentes de lama provocadas pela chuva.