O corpo de Pedro Queiroz foi encontrado num poço na Moita a 16 de Março e a Polícia Judiciária de Setúbal deteve quatro suspeitos
Pedro Queiroz, pianista de 62 anos, foi assassinado em casa do seu traficante de droga, em Setúbal, por 80 mil euros, valor que havia recebido da venda da sua casa nos Olivais, em Lisboa, no início do ano.
O corpo foi encontrado num poço na Moita a 16 de Março e a Polícia Judiciária de Setúbal deteve quatro suspeitos – três homens de 27, 46 e 47 anos que o mataram e a companheira do traficante, de 45 anos, que usufruiu do dinheiro da vítima.
Dois homens ficaram em prisão preventiva pelo homicídio violento. O outro homem e a mulher foram libertados com apresentações semanais. Isto porque não tiveram participação activa no homicídio, mas gastaram o dinheiro da vítima e esconderam o cadáver.
O crime ocorreu em Fevereiro. Pedro Queiroz foi vítima de um plano gizado pelos suspeitos, que queriam o dinheiro que este tinha recebido pela venda de uma casa em Lisboa. Pedro Queiroz residia actualmente em Setúbal e costumava consumir droga em casa do suspeito.
No dia do crime, a vítima dirigiu-se a casa do seu traficante para consumir estupefacientes. Iniciou-se um desentendimento, já planeado pelos suspeitos, e a vítima foi agredida de forma violenta.
Pedro Queiroz foi agredido com fortes pancadas na cabeça, levado a dizer os códigos de acesso bancário e amarrado nos pés e braços com fita isolante e arame. Depois, ainda com vida, foi colocado na casa-de-banho da casa. Acabou aqui por morrer em agonia ao longo de três dias, sem hipótese de se soltar.
Os três suspeitos dirigiram-se depois à Moita, numa zona erma que um deles conhecia e entendia ser ideal para se livrar do corpo. Pedro Queiroz foi lançado para dentro de um poço numa zona sem grande tráfego automóvel, mas viria a ser descoberto por populares que desmatavam o local.
Os arguidos, já com a companheira do traficante de droga de Pedro Queiroz, gastaram o dinheiro que a vítima tinha na sua conta bancária. Compraram carros, objectos em ouro e telemóveis.
A Polícia Judiciária de Setúbal chegou agora à identificação e detenção dos suspeitos. Dois dos detidos já tem antecedentes policiais, pelos crimes de tráfico de estupefaciente e roubo.
Estão indiciados por crimes de homicídio qualificado, ofensas à integridade física graves, tráfico de estupefacientes, abuso de cartão de garantia ou de cartão, dispositivo ou dados de pagamento e profanação de cadáver.