Autores do documento consideram que a viagem tem um custo demasiado elevado
Foram atingidas as mil assinaturas na petição pública que pretende que as viagens na travessia fl uvial Setúbal-Tróia, realizadas pela empresa Atlantic Ferries, sejam incluídas no passe Navegante que abrange os transportes públicos na Área Metropolitana de Lisboa.
Criada pelo Bloco de Esquerda a petição pretende alcançar todos os cidadãos e entidades que queiram associar-se à causa. Quem o diz é Jaime Pinho, dirigente do Bloco de Esquerda de Setúbal.
“Assumimos a iniciativa, também pressionados pela opinião pública e pelos protestos já de há anos de todas as pessoas que aqui habitam, tentando criar um
veículo em que as pessoas de todos os partidos, e sem partidos, possam juntar-se para alcançarmos esse objectivo tão importante”, referiu o bloquista a O SETUBALENSE.
O documento já atingiu mais de metade das assinaturas necessárias para que seja remetida à Assembleia da República, intenção com a qual os autores querem avançar, segundo explicam no texto que acompanha o documento digital.
“Os signatários desta petição dirigem-se aos deputados e deputadas da Assembleia da República no sentido de providenciarem para que o direito de as populações de Setúbal acederem às praias da região não seja indevidamente cortado e para que, em conformidade, se garanta a extensão da validade do Passe NAVEGANTE à travessia Fluvial Setúbal/Tróia”.
Jaime Pinho explica que são necessárias mil assinaturas para que uma comissão parlamentar receba os autores da petição, e com o total de 7500, a proposta é discutida em plenário na casa da democracia.
“De acordo com a lei e o regulamento da Assembleia da República mil assinaturas permitem que os promotores sejam recebidos por uma comissão parlamentar para discutir o assunto e para explicar melhor as pretensões, 7500 assinaturas, que é
aquilo que lutamos neste momento, vai permitir que essa questão seja
discutida no plenário da Assembleia da República”.
O documento acusa as empresas concessoras de transportes fluviais de fixar os “preços incomportáveis para a generalidade das pessoas residentes em Setúbal, que assim deixaram de poder usufruir da praia de Tróia”.
Dizem ainda que os valores praticados são muito superiores aos que a Transtejo e a Soflusa cobram para distâncias maiores. Assim pedem que a praia, que fica “defronte da cidade de Setúbal, numa distância inferior a 1 km” possa ser devolvida aos seus visitantes através da inclusão das viagens no passe Navegante.
“Os preços são incomparavelmente superiores a outros equivalentes, como a travessia Lisboa/Cacilhas, Lisboa/Barreiro-Seixal ou Lisboa/ Montijo. Para deslocações na ordem dos 40 ou 50 kms na Área Metropolitana de Lisboa, o passe Navegante garante plena acessibilidade a qualquer Transporte Público (TP)”, explicam na plataforma Petição Pública.
O assunto, que é de uma enorme importância para estas populações, elucida Jaime Pinto, deverá estar resolvido já no próximo Verão.
“O que pretendemos é muito simples, é que o Governo e as autarquias implicadas dêem esse passo – porque nos contactos que fizemos com as autarquias percebemos que é fácil – tão pequeno para o Estado, para as autarquias, mas tão importante e tão significativo para as populações, que é de no próximo Verão esta barreira que foi posta de propósito para impedir que o povo vá para Tróia seja vencida e seja derrotada, e que Tróia seja devolvida às pessoas de Setúbal, da região e do País”.
Até ao momento a petição pública contava com mais de mil assinaturas, e além destas, o Bloco de Esquerda está a fazer recolha de assinaturas físicas no stand do partido na Feira de Sant’Iago, em Setúbal.
Sem saber precisar o número, Jaime Pinho adianta que já foram angariados “algumas centenas” de nomes.
Link da petição: https://peticaopublica.com/mobile/pview.aspx?pi=PT117186