Dirigente da MURPI pede que o Governo dê resposta a necessidades dos reformados e pensionistas
Do Largo da Misericórdia até ao Mercado do Livramento, em Setúbal, foi este o percurso feito, na passada quinta-feira, por cerca de três dezenas de pensionistas em acção de protesto por uma nova política sobre o envelhecimento.
A acção organizada pela Confederação Nacional de Reformados Pensionistas e Idosos (MURPI) lutava pelo direito á saúde, fruição saudável dos tempos livres, reposição do poder de comprar, controlo dos preços dos bens alimentares e manutenção da taxa do IVA a Zero, pagamento do aumento das pensões com retroactivos a Janeiro, e ainda, a rede pública de equipamentos sociais.
“[A acção] insere-se numa jornada de luta a nível nacional, e conforme está a ser feita esta tribuna aqui, estão outras noutras cidades”, explicou Leonor Guia, directora da Federação Distrital da Associação de Reformados e idosos do concelho de Almada, em declarações a O SETUBALENSE. A saúde, e o estado do Serviço Nacional de Saúde (SNS), não deixam de estar no centro da manifestação. “Nestas idades [os idosos] não se podem compadecer com meses de espera, porque a maior parte das situações são de urgência e o SNS não esta a ter investimento do Governo, nem os valores necessários para dar respostas”.
“Há outras situações que esta jornada também exige que é o valor dos produtos alimentares. Nós estamos a exigir que se faça um tecto nos valores dos produtos essenciais, aquilo que ainda não conseguimos”, sublinhou, ainda, Leonor Guia.
Em Janeiro deste ano os reformados já se tinham agrupado nas cidades de Setúbal e de Almada, bem como em outros pontos do País, para uma manifestação contra o custo de vida. Os pensionistas continuam a queixar-se face à inflação e referem que os vencimentos têm aumentado desde Janeiro, queixando-se de que as reformas apenas sofreram alterações no mês de Julho.
“A verdade é que este movimento está com um poder reivindicativo não só da actualização das reformas, – que agora o Governo deu apenas 3,75 – quando a inflação é na ordem dos 8%, ou até mais. De qualquer das formas nem sequer chega a metade do que o Governo vai aumentar nas reformas. Além disso, enquanto os vencimentos são actualizados desde Janeiro, o Governo aos reformados faz só a actualização a partir de 1 de Julho”.
Os manifestantes prometem não baixar os braços e continuarem na rua enquanto as decisões do Governo não forem diferentes. “Os idosos e os reformados estão nesta luta não só pelas suas reformas e actualizações, como também para exigir que sejam respeitados os nossos direitos, direito a envelhecer com qualidade, dignidade e de uma forma activa”.