20 Maio 2024, Segunda-feira

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Parlamento recorda Odete Santos “uma das deputadas mais marcantes da democracia”

Parlamento recorda Odete Santos “uma das deputadas mais marcantes da democracia”

Parlamento recorda Odete Santos “uma das deputadas mais marcantes da democracia”

Documento aprovado por unanimidade lembra “elevada qualificação e combatividade” da antiga eleita por Setúbal

 

O parlamento aprovou esta sexta-feira, por unanimidade, um voto de pesar pela morte da comunista Odete Santos, aos 82 anos, recordando-a como “uma das deputadas mais marcantes da democracia portuguesa” e lembrando a sua “elevada qualificação e combatividade”.

No projecto, apresentado pelo Grupo Parlamentar do PCP, lê-se que Maria Odete dos Santos, que morreu no passado dia 27 de Dezembro, foi deputada à Assembleia da República “de Novembro de 1980 a Abril de 2007”, destacando-se pela sua “intervenção na área dos Direitos, Liberdades e Garantias, na defesa dos direitos dos trabalhadores e dos direitos das mulheres”.

O PCP lembra que a intervenção de Odete Santos “teve particular significado pela despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez e na criação dos Julgados de Paz, sendo reconhecida como a sua principal impulsionadora”.

“A sua intervenção parlamentar, marcada pela elevada qualificação e pela combatividade com que defendia os seus pontos de vista, fazem com que Odete Santos seja reconhecida como uma das deputadas mais marcantes da democracia portuguesa”, lê-se no texto.

O projecto de voto refere que Odete Santos “desde muito jovem teve intervenção cultural e antifascista em associações de cultura e recreio do distrito de Setúbal, o que suscitou a sua perseguição pela PIDE/DGS”, a polícia política da ditadura.

Odete Santos aderiu ao Partido Comunista Português em 1974, “tendo sido membro do seu Comité Central entre 2000 e 2012”.

No texto é recordado que a comunista foi vereadora da Câmara Municipal de Setúbal e membro da Assembleia Municipal Setúbal de 1979 a 2009, órgão a que presidiu entre Janeiro de 2002 e Novembro de 2009, e integrou “o Conselho Nacional do Movimento Democrático de Mulheres e a Associação de Amizade Portugal-Cuba”.

“Dotada de uma grande capacidade de trabalho, Odete Santos desenvolveu, a par da sua intensa actividade política, uma relevante intervenção cultural, na escrita, com a autoria dos livros ‘Em Maio há cerejas’ de 2003 e ‘A Bruxa Hipátia – o cérebro tem sexo?’ de 2010, e na representação, com a sua participação no Teatro Animação de Setúbal, a cuja criação esteve ligada, e no Teatro de Revista em 2004 e 2005”, lê-se no texto.

O projecto refere também que Odete Santos “foi agraciada pelo Presidente da República com o Grau de Grande Oficial da Ordem do Infante Dom Henrique e pela Câmara Municipal de Setúbal com a Medalha de Honra da Cidade”.

Nascida em 26 de Abril de 1941, na freguesia de Pêga, concelho da Guarda, Maria Odete Santos era advogada.

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