Padre José Lobato: “Mais do que teorizar sobre causas e culpas importa fazer silêncio para escutar Deus”

Padre José Lobato: “Mais do que teorizar sobre causas e culpas importa fazer silêncio para escutar Deus”

Padre José Lobato: “Mais do que teorizar sobre causas e culpas importa fazer silêncio para escutar Deus”

Administrador Diocesano compara divulgação do relatório sobre abusos sexuais de crianças na Igreja a um sismo

 

O administrador diocesano de Setúbal diz que, na sequência da divulgação do relatório da Comissão Independente, que apresenta as conclusões do estudo, desenvolvido ao longo de um ano, centrado nos abusos sexuais de crianças na Igreja Católica Portuguesa, “mais do que teorizar sobre causas e culpas, importa fazer silêncio para escutar Deus”.

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“Façamos silêncio como aquele que se faz após os sismos para ouvir e identificar ruídos e apelos provenientes dos escombros. Assim, perante os destroços provocados pelos relatórios recentes dos abusos sexuais na Igreja em Portugal, mais do que teorizar sobre causas e culpas, importa fazer silêncio para escutar Deus, o único que nos pode iluminar, purificar e transformar”, disse o padre José Lobato na mensagem para a Quaresma.

O relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa, elaborado a partir de 512 testemunhos, foi divulgado no passado dia 13, com Setúbal a ser o quarto distrito onde vivem actualmente mais vítimas.

Apesar de o documento referir que “um bispo (Beja) e um administrador diocesano (Setúbal) nunca responderam às chamadas”, a Diocese de Setúbal, através de comunicado, assegurou que “o Padre José Lobato nunca recebeu, para a realização de uma entrevista, qualquer contacto da comissão”.

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Na mensagem para a Quaresma, período de preparação que antecede a Páscoa na tradição cristã, o Padre José Lobato incentiva “igualmente a prática individual e em comunidade de oração silenciosa”.

“Não abusemos dos meios de comunicação ao nosso dispor para divulgar as nossas opiniões pessoais, do púlpito da homilia às redes sociais. Abstenhamo-nos de comentários, admonições, intercessões públicas, testemunhos”, acrescentou.

Em seguida, deixou um convite a todos para que participem “nas iniciativas que a direcção da Cáritas Diocesana [de Setúbal] organiza e divulga”, assim como apelou à solidariedade, uma vez que é “cada vez maior o número de irmãos em situação de pobreza” devido ao “agravamento do custo de vida, sobretudo na alimentação, energia e habitação”.

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Para o administrador diocesano de Setúbal, “a renúncia quaresmal é também uma forma de amor”, sendo que “a penitência – tempo dedicado à oração, o jejum e a esmola – marca a vida cristã particularmente a Quaresma”.

“Tal como no ano passado, metade da renúncia ficará na nossa diocese para apoiar famílias com maiores carências. A outra metade será oferecida à Igreja Católica da Ucrânia, em ordem à reconstrução de igrejas e seminários”, explicou.

O padre José Lobato relembrou também que “a Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, aproxima-se”. Com o evento a acontecer entre 1 e 6 de Agosto, “há ainda muito a fazer para a preparar, quer logística, quer espiritualmente”.

“O tempo de Quaresma é propício para reforçar a preparação espiritual”, disse, relevando que para hoje está agendada uma “via sacra na Quinta do Conde, com início às 21h15”.

A terminar, deixou “votos de purificadora e revigorante Quaresma, na comunhão de oração pela nomeação do novo Bispo [de Setúbal]”, uma vez que a Diocese de Setúbal se encontra em sede vacante desde Janeiro de 2022.

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