O efeito Berbereta no palco do Festival

O efeito Berbereta no palco do Festival

O efeito Berbereta no palco do Festival

As actrizes Joana Brito Silva e Inês Marques estiveram à conversa sobre a criação desta peça

 

Berbereta é português arcaico para Borboleta. Nesta peça, que logo no início parece um enterro da filha que procura o pai há 25 anos, sendo que o António é o pai que desapareceu. As actrizes Joana Brito Silva e Inês Marques, deram uma entrevista a O SETUBALENSE, na noite do espectáculo.

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“Estudamos na Escola Superior de Teatro e Cinema do IPL de Lisboa. Em Outubro de 2020 começámos a falar sobre este espectáculo fantástico. Os ensaios começaram no Verão de 2021, nas Gaivotas em Lisboa. A estreia foi a 23 e 24 de Fevereiro 2022, no local dos ensaios. Somos o Lobby Teatro e já fizemos sete espectáculos desta peça musical. Depois virá Serpa, em Novembro, SMUP Parede, depois possivelmente Teatro do Bolhão no Porto e Algarve. Vamos onde nos convidarem!”

De quem e como foi o texto?

“Começámos por escrever nós o texto em verso com rima, trabalhamos com o músico João Gamory para iniciar este teatro musical”.

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O cenário e a peça

Mariana Fonseca começou a dar maquetas para o cenário, que ficou lindo com tantas bóias coloridas. Houve outras ideias, mas ficou esta muito simbólica e feliz. Muitos temas sempre com a sombra do pai que fugiu há 25 anos. A parentalidade é um dos temas bases do texto muito rico e musical, quase todo cantado pelas actrizes. O Sistema binário é também um dos temas abordados, assim como as novas famílias e os héteros, juntamente com ideias emergentes de actrizes que defendem os artistas emergentes nos últimos anos com espectáculos diferentes. Existiu um bom trabalho de som e luz, naquele que foi um teatro feminista com um óptimo guarda-roupa e maquilhagem.

A maior causa do teatro é o belo e isso está conseguido. Muito público, sala esgotada de jovens de Setúbal e de fora, incluindo Lisboa. Danças estrambólicas e equipas multiculturais “Quando o amor se transforma numa obrigação” e, na cena final, a história do pai fugitivo que regressa com uma filha que não lhe perdoa.

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Sinopse

“Efeito Ber­be­reta é um espectáculo de teatro sob a forma de rapsódia musicada, falada e cantada. Através de um jogo de palavras em rima, abrem-se as portas de um mundo onde os bebés nascem de tubos de ensaio e, por isso, o amor regido pelas leis da biologia é ques­ti­o­nado. Neste lugar, queimam-se armários, pais reaccionários e sistemas binários. Das cinzas faz-se glitter que ilumina os corpos das prin­ce­sas cor-de-rosa, porque apesar da as­so­ci­a­ção básica às amorosas, o pink fica melhor às po­de­ro­sas. Esta criação parte de frag­men­tos au­to­bi­o­grá­fi­cos de Joana Brito Silva e Inês Marques, cons­ti­tuindo um objecto ar­tís­tico que apre­senta uma reflexão sobre o conceito de pa­ren­ta­li­dade como uma cons­tru­ção social ca­pi­ta­lista e ro­man­ti­zada. Efeito Ber­be­reta contesta a crença he­te­ro­nor­ma­tiva de que uma criança só é feliz e equi­li­brada se tiver uma figura de pai e mãe pre­sen­tes, qualquer subtracção ou com­bi­na­ção outra de sujeitos é ainda tida como hipótese remota e duvidosa”.

Criação e Interpretação: Inês Marques e Joana Brito Silva; Música Original: João Gamory; Direcção de Movimento: Rafael Barreto; Desenho de luz: Teresa Antunes; Operação de luz: Marco Lopes; Espaço cénico e figurinos: Mariana Fonseca; Produção: Lobby Teatro; Comunicação: Mariana Dixe; Apoios: Direcção-Geral das Artes, Produção d’Fusão e Baal17; Duração aproximada: 60 min; Classificação etária: M/14

 

Observação de Teatro:

José Gil – Professor Adjunto de Teatro da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal Actor e Encenador

Maria Simas – Actriz do Teatro do Politécnico IPS e Mestranda

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