Encontro que começou no Fórum Luísa Todi terminou com homenagem a antifascistas, na avenida
Setúbal recebeu no sábado o Encontro pela Paz 2021, que juntou, no Fórum Luísa Todi, mais de uma dezena de organizações num dia inteiro de contributos e reflexões para a construção de uma sociedade mais justa e pacífica.
A iniciativa foi promovida pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) em conjunto com doze entidades, entre as quais a Câmara de Setúbal.
Na sessão de abertura, a presidente da autarquia, reafirmou o compromisso do município para com a paz. “Em Setúbal, trabalhamos incessantemente para assegurar uma vivência comum e pacífica. Fazemo-lo acolhendo da melhor forma todos os que nos procuram, seja porque fogem da pobreza, seja porque é aqui que procuram encontrar melhor vida.”, disse Maria das Dores Meira. A autarca acrescentou que a paz constrói-se com inclusão. “Constrói-se na procura permanente da integração e não da artificial imposição e valorização das diferenças entre homens e mulheres”, afirmou.
A autarca comunista defendeu ainda que “não é com o silêncio” que se consegue combater os novos fascistas. “Falemos deles para mostrar o disparate que defendem, a estupidez do que afirmam e o absurdo das ideias que uma vez mais muitos deles querem impor violentamente”, atirou Dores Meira.
Ilda Figueiredo, presidente do CPPC, sublinhou que o encontro teve a participação de “cerca de 300 pessoas, representando não só as 12 organizações da convocatória, mas mais cerca de 90 outras organizações e instituições”. A responsável alertou para uma conjuntura que agravou desigualdades, “onde forças retrógradas, xenófobas e fascistas se procuram afirmar, pondo em causa a democracia, a liberdade e a paz”.
Joaquim Santos, presidente da Câmara do Seixal, coordenador do Movimento dos Municípios Pela Paz, que inclui 36 municípios de norte a sul do país, declarou que defender a paz é defender os valores do 25 de Abril e “saber acolher e integrar”.
“É trabalhar a consciencialização social para a diversidade cultural e riqueza do seu potencial. É a rejeição, individual e colectiva, da violência que tantas vezes é parte integrante das nossas sociedades.”, disse. O autarca concluiu que, por isso, os municípios são “actores fundamentais neste processo de transformação social para uma cultura de paz enquanto defensores dos princípios plasmados na Constituição da República Portuguesa, promovendo políticas locais e reforço dos valores da paz, da solidariedade e da cooperação.”
O encontro terminou com um desfile, desde o Fórum Luísa Todi ao Monumento aos Resistentes, na placa central da Avenida Luísa Todi.
A CGTP, a Confederação das Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto, Federação Nacional de Professores, Juventude Operária Católica, Movimento Democrático de Mulheres, Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente, a Obra Católica Portuguesa de Migrações e a União de Resistentes Antifascistas Portugueses foram outras entidades participantes.