Mostra que Somos Humanos traz a Setúbal Rui Simões e Pacheco Pereira

Mostra que Somos Humanos traz a Setúbal Rui Simões e Pacheco Pereira

Mostra que Somos Humanos traz a Setúbal Rui Simões e Pacheco Pereira

O cineasta Rui Simões e o historiador José Pacheco Pereira estarão neste fim de semana em Setúbal. O primeiro apresenta — e debate — o seu filme Bom Povo Português (de 1980)

A Mostra que Somos Humanos é uma mostra de cinema e direitos humanos, com o objetivo de partilhar temas que podem ser discutidos pelo público. Esta iniciativa, apoiada pela Câmara Municipal de Setúbal, terá durante este fim de semana um programa valioso, que decorre no Cinema Charlot, bem como na Casa das Imagens Lauro António.

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Já amanhã a sessão começa às 15h com a curta-metragem multi-premiada KORA, da cineasta portuguesa Cláudia Varejão, num registo pungente que se debruça sobre a realidade de mulheres refugiadas a viver em Portugal. Trazem o passado no corpo e nas palavras, assim como aqueles que amam impressos em retratos. A partir dessas memórias, acedemos ao olhar íntimo e político de quem reconstrói o presente.

Segue-se o filme Revolution 3.0, uma produção que foca a realidade da nova geração de imigrantes que usam a mídia e a tecnologia para criar pontes entre o Oriente Médio e o resto do mundo. Neste caso, por Reza Bird, um cineasta em exílio que apoia a revolução iraniana de milhares de quilômetros de distância, através de uma história pessoal e íntima, explorando os desafios e oportunidades de usar as redes sociais como plataforma de ativismo.

Em seguida, a presença e o trabalho de Rui Simões, seguramente um dos nomes mais valiosos do documentarismo político português. Regressado do exílio a Portugal logo após o 25 de Abril de 1974, Simões realiza Deus, Pátria e Autoridade (1976), a partir de imagens de arquivo retratando o regime que acabara de ser substituído pela democracia.

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Em 1980, ele nos apresenta o documentário Bom Povo Português, que assistiremos às 21h. O filme cobre o período entre abril de 1974 e novembro de 1975, culminando com o Processo Revolucionário em Curso (PREC). A convite de nós, Rui Simões estará no Cinema Charlot para recordar esses momentos com os presentes, bem como para fazer uma recuperação histórica.

Antes disso, o cineasta apresenta O Ancoradouro do Tempo, um filme de Sol de Carvalho, realizado em 2024, adaptando o romance de Mia Couto A Varanda do Frangipani, e exibido, ainda o mês passado, no festival LEFFEST. Narra-se aqui a história de um inspetor de polícia encarregado de investigar o assassinato do diretor de um asilo de idosos, embora cada um dos utentes afirme ter sido o autor do crime.

Já no domingo, é a vez de José Pacheco Pereira regressar a Setúbal, desta vez para uma conversa com os presentes sobre direitos humanos e a realidade do filme 48, de Susana de Sousa Dias, recriado a partir de fotografias de cadastro de prisioneiros políticos da ditadura portuguesa. A sessão começa às 15h e é seguida por um debate com o historiador e diretor do Arquivo Ephemera.

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Entretanto, continua patente na Casa da Cultura a exposição Humanos Apesar de Tudo, baseada em depoimentos e experiências de homens e mulheres durante os Gulags russos do período estalinista na União Soviética. Uma exposição gentilmente cedida à Somos Humanos pela Memorial, uma associação russa defensora de direitos humanos e da preservação da memória. Trata-se de uma coleção de testemunhos e objetos concebidos por mães prisioneiras políticas durante a era estalinista.

De referir que a Memorial foi fundada em 1988 pelo Grupo de Vítimas da Repressão Soviética, presidido por Andrey Sakharov. Em 2022, a associação ganhou o Prêmio Nobel da Paz, pouco depois de ter sido proibida. No ano seguinte, sua delegação visitou Lisboa.

Paulo Portugal

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