O indiano Sam Pitroda, voltado para o futuro tecnológico da humanidade, afirmou que “Setúbal terá o seu papel”
O empresário Sam Pitroda, reconhecido a nível internacional, esteve ontem em Setúbal, no que considerou ser um “momento histórico”, para assinar o protocolo de elaboração do Plano Estratégico da “Cidade do Conhecimento”.
O projecto milionário prevê a ocupação de uma área de 180 hectares no Vale da Rosa, e representa uma aposta, até ao momento “única, em Portugal”, segundo referiu o investidor a O SETUBALENSE.
A “Cidade do Conhecimento” começa por se destacar da “Cidade da Água”, também prevista para a península de Setúbal. “Diferente desse exemplo, o projecto que The Pitroda Group quer desenvolver em Setúbal inclui uma componente muito tecnológica, sendo o foco colocar mesmo a tecnologia ao serviço da comunidade”, revela este entusiasta da ciência e tecnologia, com mais de 100 patentes registadas em todo o mundo.
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Com esta perspectiva Pitroda avança o valor base de 600 milhões de euros para a concretização do projecto, “sempre com a possibilidade de o valor subir”, afinal, estamos a falar da construção de uma cidade de raiz, numa área próxima ao BlueBiz Global Parque e Instituto Politécnico de Setúbal. “Local que será transformado num cluster de conhecimento e inovação, com um conjunto de serviços para os profissionais que aí vão trabalhar”.
Quanto a parceiros e prazos para a concretização do projecto, Pitroda prefere não revelar, por agora. Mas, perante a perspectiva da presidente da Câmara Municipal de Setúbal, que alertou para a possibilidade de “muitos anos de trabalho pela frente”, o investidor foi mais entusiasta, dando como exemplo “a velocidade a que se construíram hospitais na China”.
Momento de preparar a melhor estratégia
O protocolo assinado visa assim a elaboração do PECC – Plano Estratégico da “Cidade do Conhecimento”, que entra agora numa “fase de diagnóstico, à qual se seguirá a fase de proposta”, explica Maria das Dores Meira.
O PECC será elaborado pelo The Pitroda Group LLC, com o acordo da Câmara Municipal de Setúbal, sendo os trabalhos acompanhados e orientados conjuntamente pelas duas entidades. Após a aprovação do PECC, as duas entidades voltam a celebrar um novo protocolo para a elaboração de um Plano de Pormenor.
Quanto aos pilares deste “cluster de conhecimento” passam pelos “Recursos Humanos”, focados no talento e empreendedorismo; “Ecossistema”, centrado na qualidade vida, cultura e segurança; “Qualidade Urbana”; “Infraestruturas”, desde a habitação, à saúde e lazer; e “Tecnologias da Informação”.
Pilares que Maria das Dores Meira considera determinantes para a região de Setúbal “como futuro centro de excelência a nível internacional”.
A autarca destaca ainda que, a “Cidade do Conhecimento” enquadra-se na estratégia definida no Plano Estratégico de Desenvolvimento de Setúbal 2026 e na Revisão do Plano Diretor Municipal de Setúbal.
Palavra-chave: sustentabilidade
Se todas as obrigações impostas pelo município forem aceites e a “Cidade do Conhecimento” avançar, o projecto pode vir a contar com a chancela do arquitecto Norman Foster, autor de projectos como o Estádio de Wembley, o edifício da Câmara Municipal de Londres, o Aeroporto Internacional de Hong Kong ou o projecto do novo estádio do Real Madrid.
Sustentabilidade será a palavra-chave da “Cidade do Conhecimento”, que deve ter em conta o facto de parte do terreno ser caracterizado como montado.