Presidente do conselho de administração da unidade local de saúde revelou que a empreitada deverá estar concluída a 22 de Novembro
A ministra da Saúde visitou, esta segunda-feira, o novo edifício que vai apoiar e expandir o Hospital de São Bernardo. Ana Paula Martins admitiu que o Governo tudo vai fazer para que a obra esteja concluída o quanto antes, e deixou largos elogios à equipa da Unidade Local de Saúde da Arrábida (ULSA).
Durante a manhã a governante esteve reunida com o presidente do conselho de administração da ULS Arrábida, Luís Pombo, e parte da equipa, que deram a conhecer o projecto de uma obra que deverá estar concluída a 22 de Novembro de 2025, segundo o responsável.
Num investimento total de 27 milhões de euros que vai ainda crescer, pois o material clínico não está contemplado, sabe-se que o edifício terá um total de quatro pisos. O piso -1 fica reservado a estacionamento, serviços gerais e áreas técnicas, no piso 0 deverão estar a urgência geral, a urgência pediátrica e a VMER. Já no piso 1 a urgência obstétrica e ginecológica/bloco de partos, a unidade de cuidados especiais neonatais, a unidade de medicina intensiva (nível II e nível III) e o bloco operário, o último piso (número 2) fica reservado para o internamento.
A responsável pela pasta da Saúde entende que, assim, se vai “melhorar muito a resposta em termos de infra-estrutura” e que será necessário “atrair mais profissionais para que essa resposta aconteça”
“Não há dúvida nenhuma que com esta ampliação – que é uma ampliação com muita expressão –, além das urgências, com destaque para a urgência da obstetrícia e para a urgência de pediatria, temos ali blocos cirúrgicos que vão estar apetrechados com o que mais moderno temos, também um internamento já com quartos para duas pessoas, com casa-de-banho. Tudo isso cria amenidades que são hoje fundamentais para o SNS oferecer aos cidadãos”.
Destaca ainda a importância da obra, que além de servir a cidade de Setúbal vai beneficiar toda a região na qual se inclui o Litoral Alentejano. “É uma obra muito importante, que tem sofrido dificuldades e atrasos, mas está a haver um grande esforço por parte das equipas que estão dedicadas à obra para que se concretize até o final do ano. Precisamos muito que esta obra fique concluída até ao final do ano, é mesmo muito importante não é só para a ULSA, é para toda a Península de Setúbal e também, porque recebemos aqui pessoas, nomeadamente na área da obstetrícia do Litoral de Alentejano”, considerou a ministra em declarações a O SETUBALENSE.
Por considerar que o novo edifício “faz uma ponte com a região de Lisboa e Vale do Tejo” admite que o Governo vai dar todo o apoio para que esta fique concluída. “É muito importante que fique concluída e nós tudo faremos para apoiar a conclusão da obra, naquilo em que, enquanto Governo, pudermos contribuir”.
Ana Paula Martins falou sobre a península e revelou que há “35% de pessoas sem médico de família”, destacando a resolução como “prioridade”. No entender da ministra a realocação de vagas do concurso, aberto há pouco tempo, pode ser uma solução.
“Neste momento em que estamos, uma vez que o despacho foi publicado há poucos dias, não se trata propriamente de alargar o concurso, trata-se de garantir, seja através do concurso ou de outra forma, que não perdemos os médicos que já manifestaram vontade junto da ULS Arrábida de vir servir a região. E por isso estamos a conversar também com o director-executivo do SNS, porque a situação que temos aqui, que é prioritária, também é o que já acontece em algumas zonas do País e agora temos de fazer um levantamento e há a possibilidade de fazer a realocação de vagas para conseguir, ou até ampliá-las, para conseguir responder àquilo que são as necessidades de cada ULS. Vai haver ULS a quem foram dadas, secalhar, 50 vagas e que só vão conseguir ocupar 25, e os outros 25 podem ser realocados para outras regiões”.
Ana Paula Martins deixa elogios à equipa da ULSA
Durante a reunião com o conselho de administração da ULSA a ministra deixou largos elogios a toda a equipa, relativamente à actuação durante o período de Inverno.
“Esta unidade, com muitas dificuldades e muitos constrangimentos, tem respondido muito bem. Este último ano, que é o ano que eu tenho contacto e experiência com a unidade, tem respondido muito bem mesmo na situação das urgências – que é uma situação muito difícil, sobretudo na obstetrícia na Península de Setúbal. De facto, a ULSA e o Hospital São Bernardo, e os seus profissionais, o conselho de administração também, têm sido exemplares na capacidade de resposta”.
A equipa tem prestado melhores cuidados, a níveis que têm evoluído cada vez mais. “Têm feito muito trabalho, isto não é igual em todo o País, as regiões e as realidades são diferentes e diversas. A articulação com os cuidados de saúde primários também tem proporcionado evoluções ao nível daquilo que é uma menor pressão de urgência, daquilo que é um atendimento mais próximo, mais humanizado e mais rápido dos cidadãos. Eu acho que esse tem de ser o caminho, daí termos falado especificamente, ou muito, da Medicina Geral e Familiar porque é a porta de entrada no SNS e porque a diferenciação na carteira de serviços que a Medicina Geral e Familiar tem, que as equipas têm, é enorme”.