Foi ainda pedido 24 anos e seis meses para Ângelo Taia, cinco anos para Ana Gonçalves e três anos para Paulo Henriques
O Ministério Público (MP) pediu, esta quarta-feira, a pena máxima (25 anos) para Nuno Patrício, homicida confesso de Pedro Abreu, pianista lisboeta que foi assassinado à pancada e tesourada para dar o código do cartão bancário em Setúbal em Fevereiro do ano passado.
No julgamento que decorre no Tribunal de Setúbal, o MP pediu ainda uma pena de 24 anos e seis meses para Ângelo Taia, que participou no homicídio, de cinco anos para Ana Gonçalves, a companheira de Nuno, que usou o cartão bancário da vítima e três anos para Paulo Henriques, que ajudou o grupo a esconder o cadáver num poço a 20 quilómetros do local do crime.
O homicídio aconteceu a 21 de Fevereiro de 2023 na casa de Nuno Patrício, na Rua do Pandeiro, em Setúbal. A vítima costumava gastar muito dinheiro em cocaína que comprava a Nuno, o homem que queria assim o dinheiro que esta tinha na conta bancária, mais de 35 mil euros que foram gastos em poucos dias pelo arguido em poker online, ouro, telemóveis e roupa nova.
Esta quarta-feira, em tribunal, Lúcia, testemunha do MP, referiu ter assistido às agressões pelos dois arguidos. A testemunha contou o que viu e deu força à tese da acusação do MP. Disse que houve uma discussão entre Nuno e Pedro e que o Nuno atacou Pedro à pancada e tesourada na cabeça. Com a vítima inanimada, o arguido telefonou a Ângelo, sem abrigo seu amigo, para se dirigir à sua casa para em conjunto concretizarem o plano mortal.
Os dois acabaram por atacar a vítima à pancada, conseguiram o novo código pin do cartão bancário, e depois amarraram-lhe os pés e braços, deixando-a em agonia trancado na casa de banho, onde morreu sufocada pelo próprio sangue ao longo de quatro dias.
De acordo com a acusação, confirmada pelos homicidas, com o corpo na casa-de-banho, Nuno comprou um carro, por 1500 euros, para se ver livre deste e na companhia de Ana, sua companheira, de Ângelo e Paulo Rodrigues, outro consumidor de droga que assistiu ao crime, deslocaram-se a um poço na Moita, perto da casa de Ana, onde atiraram o corpo. A 16 de Março, o corpo viria a ser descoberto e pouco depois, o grupo foi detido.
Nuno e Ângelo respondem por homicídio qualificado, profanação de cadáver, abuso de cartão e roubo agravado. Ana Gonçalves responde por abuso de cartão e Paulo Rodrigues por profanação de cadáver. O principal arguido, Nuno, confessou o crime, mas negou existir qualquer plano, visto que a vítima lhe rendia mil euros diários pela cocaína que comprava. Ângelo negou agredir Pedro, apenas atou os pés e as mãos.