Presidente da República vem ver o “novo” Museu de Setúbal no próximo domingo, 8. Presidente da Câmara destaca trabalho da CDU após anos de “inércia” do Estado e da gestão municipal de Mata Cáceres
O Museu de Setúbal no Convento de Jesus reabriu este fim-de-semana, após mais de três décadas de encerramento para as obras de recuperação do monumento nacional. A reabertura, que assinalou também a conclusão da terceira e ultima fase dos trabalhos de recuperação, teve lugar este sábado com o Presidente da República a elogiar o feito.
Marcelo Rebelo de Sousa, numa mensagem em vídeo, considerou o Convento de Jesus como um “símbolo” da cidade e do país, e deu os parabéns ao município.
“Quero felicitar a câmara, na pessoa do seu presidente, mas também todos os autarcas e, sobretudo, o povo de Setúbal porque é uma grande obra para Setúbal e para Portugal”, afirmou o Chefe-de-Estado que anunciou a vinda a Setúbal para visitar o “novo” museu no próximo domingo, dia 8.
O Presidente da República recordou alguns aspectos da história do convento, construído entre o final do século XV e o princípio do século XVI, considerando que se trata de um monumento com o que há de “mais bonito” do estilo manuelino. Marcelo acrescentou que o museu dá um segundo significado ao Convento de Jesus. “Além do significado histórico há o artístico”, afirmou.
Já o presidente da câmara municipal, André Martins, defendeu que a reabilitação do monumento nacional, que custou quase 10 milhões de euros, foi “um longo processo liderado pelo executivo CDU”.
“Há 22 anos, quando chegámos a esta câmara municipal, encontrámos um panorama desolador aos mais diversos níveis. O Convento de Jesus era, a todos os títulos, o mais marcante exemplo do desleixo a que tinha chegado a administração da cidade e do concelho.”, disse o autarca da CDU.
André Martins repetiu a ideia de que a reabilitação do convento “apenas se deve ao forte empenho” da gestão CDU, após anos de “inércia” dos mandatos de gestão socialista.
Sem nomear a antiga gestão de Mata Cáceres, o presidente da câmara que o “empenho” da CDU nesta obra “contrariou anos de inércia de anteriores gestões municipais” e “a certeza que alguns tinham de que era impossível ter, de novo, o nosso convento com as necessárias e exigíveis condições próprias de um monumento nacional com a importância que este tem”.
Esta terceira e última fase das obras, que custou mais de 2 milhões de euros, consistiu na recuperação das alas norte e nascente do convento e da área dedicada ao Museu de Setúbal. A intervenção incluiu, também, a remodelação do espaço envolvente, com a transformação do antigo empedrado num jardim.
André Martins diz que a área passou de um espaço abandonado a uma sala de visitas. O autarca afirmou que a gestão comunista “não desistiu de fazer do largo fronteiro que abraça o monumento uma verdadeira sala de visitas da cidade, espaço que está hoje completamente qualificado e já sem o ar de abandono em que o deixaram por tempos que pareceram intermináveis”.
Para dar oportunidade aos setubalenses de conhecerem o museu renovado, até dia 15, a entrada é gratuita.
Museu de Setúbal: O retábulo que brilha entre mais de 400 peças
Encerrado desde 1992, o Museu de Setúbal, que acolhe mais de 400 peças, reabre agora as suas portas “mais completo, mais acessível e mais preparado para receber todos os que desejam conhecer a história da nossa cidade”, como referiu André Martins.
“Este é um espaço que pertence a todos nós, à comunidade setubalense, e que agora se afirma como um grande centro de elevado valor cultural e patrimonial aberto ao mundo”, acrescentou o presidente da câmara antes de descerrar a placa comemorativa com a ajuda do bispo de Setúbal, cardeal D. Américo Aguiar.
Seguiu-se uma visita guiada ao museu, que apresenta como maior joia artística o Retábulo da Igreja de Jesus, da autoria de Jorge Afonso, pintor régio D. Manuel I, que é uma obra do renascimento português, constituída por 14 pinturas de grandes dimensões, a óleo sobre madeira. Uma mesa interactiva permite ver cada uma das pinturas em detalhe e conhecer o que os estudos que explicam e contextualizam a obra.
O museu, que guarda os “maiores tesouros de Setúbal” apresenta várias narrativas – da arte religiosa à azulejaria, passando pela pintura e escultura, gravura, desenho e artes do islão e da Ásia – que podem ser conhecidas em três circuitos; dois passam principalmente pelo piso térreo e o terceiro percorrer, sobretudo, o piso superior.
Nota da Redacção: Dia 8 de Dezembro, data da visita do Presidente da República ao Museu do Convento de Jesus, é domingo e não sábado, como por lapso estava referido nesta peça.