Antigo líder da Secil Portugal assume cargo na joint venture Aurora Lithium, que pretende arrancar operações em 2025
Manuel de Sousa Martins foi o nomeado para comandar a unidade de conversão de lítio que vai nascer na Mitrena. A Galp e a Northvolt, sócios da joint venture Aurora Lithium, que está a desenvolver uma unidade avançada de conversão de lítio em Setúbal, escolheram o antigo director executivo (CEO) do Grupo Secil como CEO da joint venture Aurora Lithium.
O novo director foi administrador executivo do Grupo Secil e CEO da Secil Portugal, onde acumulou experiência na gestão de grandes projectos industriais, mas também aprofundou o seu conhecimento sobre a região de Setúbal, onde tanto a Secil como a Aurora estão localizadas.
O director integra a Semapa, uma holding que detém a Secil, desde 2011, como administrador executivo. Também foi CEO dos negócios de ambiente e reciclagem do grupo (ETSA) e, posteriormente, CEO da Secil Brasil. Ainda antes de se juntar à Semapa, desempenhou funções a nível nacional e internacional, nas áreas do retalho, telecomunicações, energias renováveis e petroquímica, tendo ocupado diversos cargos de administração em Madrid, Londres, Paria, Montreal, São Paulo e Curitiba.
No seu percurso académico licenciou-se em Gestão e Administração de Empresas pela Universidade Católica de Lisboa, onde também completou um MBA (Master Business Administration). Concluiu ainda programas de educação executiva no INSEAD, em Singapura, e na London Business School.
Unidade de conversão de lítio vai nascer na Mitrena
No passado mês de Março, a cidade de Setúbal ultrapassou perto de três dezenas de localizações possíveis, sendo a escolhida pelas parceiras Galp e Northvolt para a instalação da nova unidade avançada de conversão de lítio.
A nascer no Parque Industrial Sapec Bay, na Mitrena, a nova fábrica representa um mega-investimento de 700 milhões de euros, embora a decisão final de investimento só deverá ser conhecida no final do próximo ano.
O consórcio explicou que o concelho sadino preenche todos os requisitos estabelecidos, tendo optado por Setúbal devido ao acesso a infra-estruturas, caminhos-de-ferro e instalações portuárias, pela localização ideal para obter reagentes e também estar próxima de utilizadores de subprodutos, nomeadamente as indústrias do cimento e do papel e pasta de papel.
As entidades garantem ainda que a unidade em território sadino permitirá a criação de aproximadamente 200 postos de trabalho directos e 3 mil indirectos. A Northvolt e a Galp prevêem o início das operações até ao final de 2025, estando o início das operações comerciais marcado para 2026. O consórcio espera beneficiar do estatuto de early-movers no mercado europeu de baterias, que deverá expandir-se significativamente ao longo da presente década.
Até ao final do próximo ano o consórcio já só aguarda para saber se terá acesso a fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), através de uma candidatura às Agendas Mobilizadoras.