Na sexta-feira os mais pequenos tiveram a oportunidade de tirar dúvidas junto a um carpinteiro naval e saber como era a vida no mar
Em apenas dois dias a edição de 2025 da Mostra das Tradições Marítimas já tinha recebido mais de três centenas de alunos das escolas do concelho. Na manhã de sexta-feira o evento foi muito participado, com várias turmas a chegarem ao Parque Urbano de Albarquel (PUA) para conhecer as raízes da cidade.
O teatro musical “Uma História de Piratas”, actividade promovida pelos Serviços Municipalizados de Setúbal (SMS), encheu parte da manhã dos jovens que tiveram também a oportunidade de conhecer as embarcações típicas da região e falar com um carpinteiro naval, que naquele momento restaurava uma embarcação.
À chegada ao PUA o calor já se fazia sentir e aqueles que estavam equipados para mergulhar no rio Sado vestiram-se a rigor com camisolas oferecidas pela organização. A partir daí, foi tempo de conhecer a iniciativa, matarem as curiosidades, e porem os pés na areia para estar em cima do acontecimento.
Mas não só de crianças é feito o evento que decorre até à próxima segunda-feira (12 de Junho). O cenário está montado no parque onde, além de um palco que ao longo dos dias recebe momentos musicais, se contam algumas dezenas de mesas que têm como fundo uma tasquinha com iguarias da região. Feijoada de choco, massa de camarão, peixe assado, arroz de polvo e massa de peixe são apenas algumas das propostas gastronómicas.
Nos próximos dias os parceiros também fazem as delícias das crianças. Já hoje a Mútua dos Pescadores proporciona uma oficina de salvamento no mar. Os SMS são outra das entidades parceiras da mostra e, durante vários dias, vão proporcionar actividades que prometem trazer muita aprendizagem. Para a tarde de hoje está marcado um workshop de “velas ecológicas” e amanhã ensina-se a fazer “eco-sachés aromáticos”.
Freguesias organizadoras dizem que expectativas foram superadas
Os primeiros dias da iniciativa têm superado as expectativas dos presidentes das juntas de freguesia envolvidas. Os autarcas são unânimes ao considerar que a participação já está acima do esperado.
Fátima Silveirinha, da União das Freguesias de Setúbal, destaca a importância de passar aos mais novos a história da cidade sadina. “Setúbal é conhecida como uma terra de bom peixe, uma terra de praia, de mar, de rio, mas sem os pescadores não temos o nosso bom peixe à mesa, e portanto, é transmitir a estas gerações que é importante preservar aquilo que temos no mar e no rio”, considera em declarações a O SETUBALENSE.
Luís Matos, presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião, adianta que alguns dos alunos dos estabelecimentos de ensino desta autarquia nunca tinham ido à praia, uma oportunidade trazida pelo evento. “No nosso território, em São Sebastião, temos relatos de crianças e jovens que testemunham que, alguns, nem sequer tinham vindo à praia”.
Já Marlene Caetano, responsável pela Junta de Freguesia do Sado, destaca a gastronomia como um dos pontos altos do evento. “É muito importante valorizar a parte gastronómica – e tem sido um elogio feito muito grande ao longo destes dias que já passaram. Falamos aqui de uma parte gastronómica muito importante e muito rica da nossa região e com um impacto muito forte naquilo que é o nome de Setúbal”.