Luís Leitão: “O Governo não deveria ter aberto a porta do lay-off às grandes empresas”

Luís Leitão: “O Governo não deveria ter aberto a porta do lay-off às grandes empresas”

Luís Leitão: “O Governo não deveria ter aberto a porta do lay-off às grandes empresas”

A posta na produção nacional é um dos caminhos que a União dos Sindicatos de Setúbal defende para reerguer a economia

 

O líder da União dos Sindicatos de Setúbal diz que as grandes empresas vão descapitalizar a Segurança Social se recorrerem à lay-off. Luís Leitão fala em responsabilidade social e insiste que o Governo tem de travar o trabalho com vínculo precário e zelar pela sobrevivência das pequenas empresas. Receia que a crise pandémica leve a números de desemprego no distrito nunca antes vistos.

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Quantos trabalhadores do distrito de Setúbal estão em lay-off, e quantos desempregados?
Ainda não temos todos os resultados apurados, mas os que temos dizem que existem entre 9 mil e 11 mil trabalhadores desempregados na sequência desta situação, e cerca de 50 mil trabalhadores em lay-off.

Prevê que a taxa de desemprego volte aos parâmetros de 2013 (18%), uma das mais elevadas de sempre?
Pode voltar para esse patamar de desemprego. Grande parte da estrutura económica do distrito está assente nas pequenas e médias empresas, e quando voltarmos à normalidade possível, algumas já terão desaparecido ou irão desaparecer por não conseguirem resistir. E tendo em conta que tanto nas grandes empresas como naquelas que trabalham para elas os vínculos precários são muitos, o que vai acontecer é mais desemprego.

Sempre dizemos que o problema de desemprego não é uma questão de conjuntura económica, mas neste caso, é uma questão de estrutura. Tem de existir mais produção nacional, é o que sempre defendemos.

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Que medidas tem o Governo de tomar para que as pequenas empresas consigam conter despedimentos?
O Governo tem de rever o mecanismo do lay-off simplificado, uma vez que este regime não deve ser aplicado a empresas que têm milhões em lucros, mas sim para as pequenas empresas, essas é que estão com dificuldade para se manter. Por outro lado, o lay-off deveria responder para que as pequenas empresas não tivesse de adiantar dois terços dos salários e, só depois, não se sabe quando, é que vão receber da Segurança Social.

Temos aqui a defesa do serviço público e de mais meios e recursos para a Segurança Social consiguir dar resposta.

Qual a responsabilidade das grandes empresas para alavancar a economia regional?
As grandes empresas não podem contribuir para descapitalizar a Segurança Social, mas é o que algumas estão a fazer. As que têm milhões de euros em lucro não precisam de recorrer ao lay-off. Ou seja, pelo levantamento que a União dos Sindicatos de Setúbal fez da indústria, verificámos que empresas que nos últimos quatro anos tiveram cerca de 380 milhões de euros de lucro, recorreram ao lay-off; meteram mais de 15 mil trabalhadores em casa com este sistema.

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A Segurança Social não pode ser descapitalizada, as grandes empresas têm de ter responsabilidade social. O Governo não lhes deveria ter aberto a porta do lay-off. Não é um procedimento correcto esta igualdade de procedimento entre grandes e pequenas empresas.

Que decisões governativas têm de ser aplicadas para a retoma da economia e do emprego?
Tem de combater o despedimento e zelar para que haja mais produção nacional. Agora que nos lembramos tanto dos agricultores por causa dos bens alimentares de primeira necessidade, temos também de nos lembrar de questões relacionadas com a saúde e os medicamentos. É de perceber que os sectores estratégicos têm de funcionar para o país. A produção nacional tem de ser efectiva, principalmente nos grandes sectores estratégicos.

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