O Liceu de Setúbal precisa de uma intervenção que segundo o vereador Ricardo Oliveira “ascende a milhões”
CDU, PS e PSD uniram-se na Câmara Municipal de Setúbal para aprovar uma moção a favor da realização de obras urgentes de requalificação da Escola Secundária du Bocage (Liceu de Setúbal), associando-se deste modo a alunos, professores, funcionários não docentes, pais e encarregados de educação da Secundária du Bocage na defesa de uma intervenção urgente, “que permita suprir o conjunto de problemas e patologias identificadas” e apetrechar a escola com os “equipamentos e recursos indispensáveis à continuidade do percurso educativo que tem trilhado ao longo dos tempos”.
Através desta moção o executivo alerta para o elevado estado de degradação deste estabelecimento, que conta com 70 anos de existência e está a aguardar obras há cerca de 20 anos. Obras que foram novamente requeridas ao Ministério da Educação há cerca de dois anos, mas continuam a aguardar decisão.
Na moção, o município alerta ainda para a insuficiência de pessoal auxiliar, agravado pela tipologia da escola e com reflexos na limpeza das instalações, na vigilância de espaços, na segurança de alunos e no regular funcionamento de vários serviços.
Últimos invernos foram críticos para alunos e professores
Ricardo Oliveira, vereador responsável pela área de Educação, recorda que “há dois anos, durante o Inverno, a escola esteve prestes a encerrar “devido a problemas na cobertura”. E no último inverno os problemas com infiltrações voltaram a repetir-se.
Além dos graves “problemas estruturais, assim como evidentes sinais de degradação, nomeadamente ao nível da cobertura, que conduzem a infiltrações frequentes nas salas de aula, corredores e noutros espaços”, estão ainda identificados problemas nos telhados da biblioteca e de um ginásio, caixilharias em mau estado, balneários inadequados e mobiliário, equipamento e materiais envelhecidos, assim como obsoletos e insuficientes.
A requalificação ascende a milhões de euros e Ricardo Oliveira refere que esse foi o motivo pelo qual, no decreto-lei de transferência de competências para as autarquias, “se entendeu que essas obras da requalificação da Escola Secundária de Bocage deveriam ficar sob a responsabilidade do Ministério da Educação”, esclarece.
O vereador esclarece ainda que as diferentes entidades da administração central e local na área da educação, assim como a direcção da escola e as associações de pais e de estudantes, reconhecem a urgência de requalificação da escola que até está na lista de investimentos prioritários do Governo. “O problema é que essa lista de investimentos prioritários não tem nenhuma calendarização”, afirma Ricardo Oliveira, lamentando a ausência de resposta do Ministério da Educação.
Entretanto, nos múltiplos contactos que a Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares tem realizado com a Câmara confirma “não conseguir identificar um calendário para a realização das obras e a abrangência da intervenção”.
Com Lusa