A actual presidente socialista da Câmara de Almada consegue 34% dos votos e a comunista Dores Meira 33%, indica uma sondagem do Expresso e SIC
Humberto Lameiras
Na corrida às autárquicas de 26 de Setembro em Almada, apenas um ponto percentual separa a actual presidente da Câmara, a socialista Inês de Medeiros, da candidata comunista à presidência, Maria das Dores Meira, que neste momento lidera a gestão CDU na Câmara de Setúbal.
Na sondagem do Expresso e SIC, realizada pelo ISCTE e ICS, publicada quinta-feira, Inês de Medeiros consegue 34% dos votos e Maria das Dores Meira 33%. Isto com a projecção a apurar uma margem de indecisos, em que 26% afirma não saber em quem votar, e 9% afirma não ir às urnas.
A confirmar-se nas urnas os resultados desta primeira sondagem no concelho, PS e CDU repetem o empate técnico das autárquicas de 2017, em que Inês de Medeiros conseguiu afastar os comunistas da Câmara de Almada, que governaram desde 1976, mas por uma margem de apenas 413 votos, que se traduziu numa diferença de 0,7%.
Com o PS a eleger 4 vereadores e a CDU outros quatro, Inês de Medeiros teve de contar com a coligação pós-eleitoral com o PSD, que deu ao executivo os dois vereadores que elegeram, com os seus 14,08% de eleitorado.
Um quadro que agora deixa muitas interrogações quanto a repetir-se, uma vez que a sondagem Expresso e SIC dita que a coligação de direita AD – Almada Desenvolvida (PSD, CDS, PPM e MPT) não iria além de 11%, e percentagem igual consegue o BE.
Ora em 2017, enquanto os social-democratas Nuno Matias e Miguel Salvado, actual primeiro e segundo da lista AD, aceitaram um acordo para estar ao lado dos eleitos socialistas, Joana Mortágua, recandidata pelo Bloco, na altura conseguido 9,64%, e disse não a Inês de Medeiros sobre integrar o executivo. Ficam assim as dúvidas sobre o ‘desenho’ da próxima governança de Almada.
Quanto ao Chega, que se estreia em autárquicas, e aposta em Manuel Matias, recebe 5% das intenções de voto, um percentual superior ao que o partido conseguiu em Almada nas legislativas de 2019, em que se ficou por 1,54%.
Estreia também é a Iniciativa Liberal, que avança com Bruno Coimbra como cabeça-de-lista, que recebe pelo apurado na sondagem 3%, enquanto nas últimas legislativas, o partido no concelho teve 1,38%.
Os votos brancos e nulos representam 3%.
Outro dado, segundo o Expresso, pela sondagem as opiniões “dividem-se” sobre a responsabilidade dos atrasos no concelho de Almada, sendo que 24% responsabiliza os governos anteriores ao de António Costa.
Dita ainda que 68% dos inquiridos avalia como “bom” ou “muito bom” o trabalho de Inês de Medeiros como presidente da Câmara de Almada, e 66% na sua intervenção perante a pandemia.
Quanto a áreas específicas de intervenção a “média de classificação atribuída não foi além dos 5.6 pontos, numa escala de 0 a10 – prejudicados pela pior avaliação no acesso à habitação, na área dos impostos e taxas municipais e do combate à corrupção”, escreve o semanário.