Paralisação tem como principal objectivo denunciar “falta de condições de segurança” no estabelecimento prisional
Os guardas do Estabelecimento Prisional de Setúbal iniciam esta quinta-feira uma greve, que tem a duração prevista de um mês e meio. Esta paralisação tem como principal objectivo denunciar “a falta de condições de segurança no estabelecimento prisional”.
Frederico Morais, presidente do Sindicato Nacional da Guarda Prisional (SNGP), explicou que em 70 guardas colocados na prisão, são cerca de 20 os que estão neste momento com baixas, por “diversas razões”. Em declarações ao Correio da Manhã o responsável esclareceu que na origem da maioria das situações está o excesso de trabalho, devido “ao reflexo da falta de guardas nas escalas diárias que são feitas”.
O dirigente sindical acrescentou, ao mesmo meio, que o pré-aviso de greve foi entregue à Direcção-Geral dos Serviços Prisionais “há cerca de duas semanas”. Frederico Morais explicou que estão garantidas duas horas de recreio diário, uma visita semanal, e ainda cantina (compra de mantimentos) para os reclusos.
Esta paralisação no estabelecimento prisional da cidade de Setúbal é a quinta greve local que este sindicato tem em curso. Também os guardas do hospital-prisional de Caxias, do Linhó, de Alcoentre e de Tires estão a fazer greve, com Frederico Morais a sublinhar que, em geral, a razão para a paralisação em todos estes estabelecimentos está relacionada com a falta de segurança.
No passado mês de Fevereiro um grupo de reclusos da cadeia de Setúbal havia sido encontrado com “sinais evidentes” de estar alcoolizado, tendo um dos presos apresentado taxa-crime de álcool no sangue. Na data foi também Frederico Morais a fazer a denúncia, que surgiu logo após outra polémica, quando no final do passado mês de Janeiro terem surgido imagens de uma festa de ‘karaoke’ para reclusos.
Para o responsável, a situação demonstrou uma “enorme falta de segurança do estabelecimento prisional”, sendo esta causada pela “falta de guardas juntamente com o excesso de actividades desnecessárias para os reclusos”. No entender de Frederico Morais, tal acontecimento levou “à falta de buscas às celas para que se evite que os reclusos tenham alambiques artesanais para produzir álcool artesanal”, acrescentou o responsável sindical.
Frederico Morais deixou ainda o pedido de uma “intervenção urgente” por parte da Direcção-Geral dos Serviços Prisionais, no sentido de “fazer face ao problema de segurança e autoridade que se vive”.