Ministra da Saúde reuniu-se com autarcas de Setúbal, Palmela e Sesimbra e mostrou-se disponível para visitar território no início de 2025
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, diz estar a par da “difícil situação” que se vive na área de influência do Centro Hospitalar de Setúbal, e revela que no próximo dia 25 de Novembro vai haver uma reunião do Conselho da Área Metropolitana de Lisboa, onde o director executivo que acompanha o Serviço Nacional de Saúde (SNS) vai apresentar um programa de medidas para esta região. A governante manifestou ainda a disponibilidade e o interesse de em finais de Janeiro, princípios de Fevereiro vir ao território Arrábida.
As revelações foram feitas nesta segunda-feira, numa reunião da governante com os presidentes das Câmaras Municipais de Setúbal, Palmela e Sesimbra, André Martins, Álvaro Amaro e Francisco Jesus, respectivamente. Os autarcas aguardavam por este encontro desde o passado mês de Outubro, quando decidiram fazer o pedido da reunião no Fórum Intermunicipal da Saúde.
Em declarações a O SETUBALENSE, o autarca setubalense, André Martins, revelou que a ministra da Saúde mostrou estar a par da “difícil situação” que se vive na Península de Setúbal, em particular na área de influência do Centro Hospitalar de Setúbal. Nesta reunião a governante revelou que estão a ser preparadas um conjunto de medidas, com a expectativa de “poderem vir a ajudar a minimizar os impactos negativos que as populações vivem” nestes territórios.
No entender de André Martins, é “indesmentível” que desde 2022, quando se tomaram as primeiras iniciativas junto do Ministério da Saúde, a situação “tem-se vindo a agravar progressivamente”. O autarca deu como exemplo o facto de entre 2023 e 2024 existirem mais dez mil pessoas que não têm médico de família nos territórios da Arrábida.
A ministra da Saúde revelou que no próximo dia 25 de Novembro vai haver uma reunião do Conselho da Área Metropolitana de Lisboa, onde estão os presidentes de câmara e onde o director executivo que acompanha o Serviço Nacional de Saúde (SNS) vai apresentar um programa de medidas para esta região. “Isto dá alguma expectativa positiva, porque a senhora ministra manifestou a disponibilidade e o interesse de em finais de Janeiro, princípios de Fevereiro vir ao território Arrábida para avaliar a situação e avaliar as medidas que, entretanto, vão sendo tomadas”. Apesar da reunião, o edil sadino deixou a garantia que os três autarcas vão continuar a acompanhar a situação, sem deixar de tomar as medidas que considerem “adequadas”.
Para Álvaro Amaro “é preciso ver para crer”
Já para Álvaro Amaro, presidente da Câmara Municipal de Palmela, é “preciso ver para crer”. O autarca refere que nesta altura resta “aguardar” pela apresentação do plano, no qual a ministra deu a garantia que iria “dar especial atenção” à situação vivida na Península de Setúbal e nestes três territórios. Para o edil, o balanço da reunião não deixa de ser positivo porque “foram assumidos compromissos”, mas ainda assim considera que é necessário “ver para querer se a palavra dada é palavra honrada”, ou se permanece a “invariância” dos últimos anos.
No que diz respeito aos cuidados de saúde primários, o líder da autarquia não esquece a situação do concelho de Palmela, onde se passou de 28% de utentes sem médico de família em Fevereiro para uma situação, no final de Outubro, de 40%. Foram também debatidas outras questões relacionadas com o investimento que os municípios estão a fazer na construção de novas unidades de saúde, como é o caso da Quinta do Anjo, cujo concurso foi aprovado em reunião de câmara na passada semana, mas que o edil já percebeu que a verba contratualizada no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) vai ser insuficiente.
Francisco Jesus termina reunião com “problema resolvido”
Já Francisco Jesus deu nota de que no caso de Sesimbra, o problema da Quinta do Conde que aguardava uma reprogramação do PRR por parte do Ministério da Saúde, de forma a obter o visto, “foi resolvido durante a reunião”, com a “garantia” de que esta semana o município sesimbrense já terá “essa reprogramação para que a obra inicie o quanto antes”.
O autarca explicou que nesta reunião foram também discutidas as formas de eliminar os encerramentos programados e, portanto, “manter o atendimento e as urgências sempre abertas” [da obstetrícia], que vai “obviamente” passar por uma solução de uma triagem prévia e de encaminhamento de situações não-urgentes.
Reunião com secretária de Estado para tratar do novo Centro de Saúde do Bairro do Liceu
No rescaldo da conversa com a tutela da Saúde, André Martins destacou que tem uma reunião marcada com a secretária de Estado da Gestão da Saúde, para a próxima segunda-feira, onde serão tratados “assuntos concretos” sobre as obras dos centros de saúde.
“Abordaremos as questões financeiras e de programas, designadamente também no que está relacionado com o avanço da nova obra para o novo Centro de Saúde do Bairro do Liceu, na Praceta Maria Lamas”.
Este espaço, com um custo previsto de 7,5 M€ está na fase de adjudicação dos projectos. Será composto por uma URAP e por três unidades de saúde, cada uma para 14 mil utentes e com oito médicos, para um total de 42 mil utentes e 24 médicos.