Câmaras de Setúbal, Palmela e Sesimbra agendam Fórum Intermunicipal da Saúde para 23 de Março
As câmaras municipais de Setúbal, Palmela e Sesimbra agendaram para a próxima quinta-feira, dia 23 de Março, o Fórum Intermunicipal da Saúde, durante o qual os três autarcas vão preparar uma resposta para evitar que a decisão de encerrar quinzenalmente, aos fins-de-semana, a Urgência de Pediatria do Hospital de São Bernardo seja implementada.
De acordo com o presidente da Câmara de Setúbal, André Martins, em informação partilhada na sua página oficinal na rede social Facebook, no Fórum da Saúde, que tem início às 19h30 e vai decorrer no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Setúbal, vai ser discutida “a decisão da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde [SNS]”.
O Fórum da Saúde, no qual vão dar o seu contributo “várias entidades ligadas ao sector”, é um “movimento criado por iniciativa do presidente da Câmara de Setúbal”, e “ao qual se associaram os concelhos de Palmela e Sesimbra, para exigir respostas para os problemas na área da saúde, com destaque para os do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS)”.
“Rejeitamos esta decisão do Ministério da Saúde e recordamos que, na reunião realizada entre o ministro da Saúde e os presidentes das câmaras, em 15 de Fevereiro passado, a adopção desta medida concreta não esteve em discussão”, explica André Martins.
Por este motivo, o autarca frisa que “torna-se, assim, incompreensível que se anuncie agora um encerramento que penaliza fortemente as populações destes três concelhos e de uma boa parte do litoral alentejano”.
“A concretizar-se este encerramento das urgências pediátricas, que a Câmara de Setúbal tudo fará para contrariar, é exigível que a Direcção Executiva do SNS quantifique, de imediato, que recursos do INEM serão alocados a este hospital para transporte de doentes”, sublinha André Martins. Isto tendo em conta que “a indicação [é] de que o INEM deve estar em regime de prontidão”.
Para o autarca, tal indicação, “face à gravidade desta anunciada decisão, é absolutamente insuficiente e não tranquiliza as populações servidas por esta urgência”. Já o presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro, disse a O SETUBALENSE ter ficado “desiludido porque durante todo o processo reivindicativo e de contacto institucional com o ministro da Saúde, sempre foi dito que esta medida de rotatividade seria transitória e que não iria além do final de Março”.
Para o edil palmelense, “o calendário que foi publicado é como andar num carrocel, em busca da urgência que está a funcionar”.
Também a Câmara de Sesimbra comentou a decisão da Direcção Executiva do SNS, ao afirmar ter recebido a informação “com muita surpresa e preocupação”. “Esta opção, tomada mais uma vez sem se ouvirem os municípios ou comissões de utentes, vai ter um efeito muito negativo na prestação de cuidados de saúde à população”, considera a edilidade sesimbrense.
A decisão da Direcção Executiva do SNS, que foi anunciada esta segunda-feira, passa por encerrar a Urgência de Pediatria do Hospital de São Bernardo, principal unidade de saúde do CHS, de 15 em 15 dias, entre as 21 horas de sexta-feira e as 09 horas de segunda-feira.
Além disso, o Centro Hospitalar de Setúbal explicou a O SETUBALENSE que “o serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia vai encerrar no mesmo horário”, também de 15 em 15 dias. Já a actividade do bloco de partos é suspensa, quinzenalmente, a partir das 9 horas de sexta-feira e até às 9 horas de segunda-feira.
A medida, incluída na estratégia de reorganização dos serviços de Urgência de Pediatria da Região de Lisboa e Vale do tejo, vai estar em vigor entre 01 de Abril e 30 de Junho. No documento que informa sobre este plano é referido que no Hospital Garcia de Orta, em Almada, e no Centro Hospitalar Barreiro Montijo as urgências pediátricas vão estar abertas 24 horas.