Forças de segurança setubalenses prometem protestar até que o Estado acabe com “discriminação”

Forças de segurança setubalenses prometem protestar até que o Estado acabe com “discriminação”

Forças de segurança setubalenses prometem protestar até que o Estado acabe com “discriminação”

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Agentes da PSP e da GNR juntaram-se, pelo segundo dia consecutivo, em vigília. Condições e frota automóvel são preocupações dos polícias

 

Os agentes do Comando Distrital de Setúbal da Polícia de Segurança Pública (PSP) juntaram-se em vigília esta segunda-feira, e prometem que os protestos vão continuar, diariamente, até que o Estado tenha uma palavra a dizer.

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A chuva não impediu que cerca de 30 agentes se reunissem durante a tarde frente às instalações situadas na Avenida Luísa Todi, neste que foi o segundo dia consecutivo em protesto. A principal reivindicação passa pelo aumento do subsídio de missão e subsídio de risco.

“É a tal injustiça que sentimos como forças de segurança deste País e não estamos a querer, em termos de igualdade, o vencimento da Polícia Judiciária (PJ), o que queremos é, em relação ao subsídio de missão e subsídio de risco, que é inerente também à nossa profissão, estarmos no mesmo patamar”, referiu um dos agentes, que não se quis identificar, em declarações a O SETUBALENSE.

Os protestos, que se têm alastrado por todo o País, já decorrem há mais de duas semanas e os agentes acusam o Governo de discriminarem as forças de segurança. “Isto prende-se tudo com a discriminação que o Estado tem feito às forças de segurança. Não é só de agora, já começou há dois anos, quando foi atribuído o subsídio de risco à PJ nós levámos um peque- no ‘zip’, um bonuzinho pequenino só para calarem o pessoal, e agora à coisa de duas semanas foi aquele subsídio de missão que foi entregue também à PJ. Estamos a falar de valores entre os 700 e os 900 euros onde as restantes forças de segurança ficaram de parte”.

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Além de existirem também reclamações ao nível das condições das estruturas do comando distrital e da já “obsoleta” frota automóvel, os agentes não vão parar de lutar até que, dizem, o Estado tenha uma palavra a dizer sobre os subsídios que actualmente vigoram.

“Neste momento é mesmo só esta situação que queríamos que o Esta- do ponderasse e que revisse e nos incluísse a nós – forças de segurança – naquilo que contemplam a PJ”.

Condições do comando e frota automóvel preocupam polícias

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As reivindicações desta força de segurança vão mais além dos subsídios que dizem ser discriminatórios face aos que são atribuídos à Polícia Judiciária. Ao nível das condições do edifício do comando distrital os agentes reclamam a falta de condições durante o exercício das suas funções.

“Se olhar só aqui por fora [edifício do comando], já se pode ver. O comando de Setúbal, infelizmente, não tem condições para o pessoal trabalhar. Eu falo a nível praticamente do comando todo, a começar pelo comando de Setúbal, que é o Co- mando Distrital da PSP. Era demolir este edifício e fazer uma coisa em condições, ou neste local ou outro, para a dignidade dos profissionais de polícia que trabalham aqui todos os dias”, detalha, a mesma fonte.

Sobre a frota automóvel existem queixas de esta estar já desactualizada e a falta de meios para prestar o devido socorro à população. “A nível de viaturas, temos uma frota automóvel também aqui de Setúbal completamente obsoleta, sem condições algumas, e estamos à espera que alguém também responda – neste caso estatal – para termos outra capacidade de resposta para conseguir socorrer também da melhor forma a população, que é para isso que existimos”.

Garantem, no entanto, que o auxílio aos cidadãos setubalenses não está em causa pois, afiança este mesmo agente, “fazemos das tripas coração para tentar socorrer o máximo possível a população”.

“Vou sempre falar efectivamente em instalações, na frota automóvel, isso não temos. Depois é a parte humana de cada um de nós, além de sermos polícia, somos pessoas como todas as outras e vemos as dificuldades do cidadão, onde poderemos algum dia também estar inseridos e precisar de ajuda porque nós não somos super-heróis. Às vezes fala-se na polícia como sendo robôs, mas não somos robôs, nós somos pessoas humanas como todas”.

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