A Fertagus, concessionária da travessia ferroviária na Ponte 25 de Abril, entre Lisboa e Setúbal, vai reduzir o número de bancos para criar lugares em pé em todos os comboios, até ao final de janeiro, anunciou hoje a empresa.
“Tiram-se 116 bancos e cria-se um espaço total para 172 pessoas”, indicou a presidente executiva da Fertagus, Cristina Dourado, referindo que este foi o modelo de teste implementado num dos 18 comboios da empresa, que circula desde agosto com esta alteração.
Esta modificação vai abranger os restantes 17 comboios, mas “não irá retirar tantos lugares sentados”, ressalvou a administradora da Fertagus, em declarações à agência Lusa, apontando para menos cerca de 80 lugares sentados em cada comboio.
“Provavelmente, no final de janeiro conseguimos ter todos transformados”, perspetivou Cristina Dourado, adiantando que se trata de “um investimento que ronda os 200 mil euros”.
Falando à margem do acordo de reposição do equilíbrio financeiro do contrato de concessão da travessia ferroviária na Ponte 25 de Abril, assinado hoje entre o Estado português e a Fertagus, em Lisboa, a presidente executiva da Fertagus disse que a ideia é “cria zonas de clareiras, que permitem às pessoas circularem melhor e acomodarem-se melhor”, assim como “aumentar a capacidade” de passageiros, uma vez que, neste momento, todos os lugares são sentados.
“Cada comboio é composto por duas [carruagens] motoras, uma à frente e outra atrás, e duas carruagens intermédias. O que estamos a fazer é a alteração do número de lugares nas duas carruagens intermédias e vamos fazer essas alterações de forma a criar zonas mais amplas, para as pessoas poderem circular, entrar e sair, mais rapidamente do comboio, circularem melhor”, explicou a administradora da Fertagus.
Desde agosto deste ano que um dos 18 comboios está a circular com este ‘layout’, destacando-se as alterações no interior da unidade, que passam por retirar bancos e criar espaços maiores de circulação, “porque as unidades são de dois pisos e há uma grande acumulação dos passageiros nas plataformas”.
“Temos estado a testar para ver que melhorias e que adaptações podem ser feitas para generalizar às restantes unidades”, referiu Cristina Dourado, revelando que, relativamente à satisfação com a alteração que está a ser feita, “a maior parte dos clientes dá 3 ou mais”, numa escala de 1 a 5, ou seja, “2/3 dos clientes que foram questionados sobre a medida concordam”.
Além da alteração do interior dos comboios, a Fertagus está a trabalhar na informação aos passageiros, para que possam consultar de forma mais eficiente a oferta de transporte disponível, bem como a analisar os horários e a distribuição das pessoas pelos diversos horários, para ver melhor se é possível fazer alguns ajustamentos.
Com ajustamento de horário em setembro, a empresa pretende voltar a avaliar a situação em janeiro, no sentido de ver se “ainda é possível fazer algum reforço de alguma oferta”, reconhecendo que tal “é muito difícil”.
Em 15 de maio, o jornal Diário de Notícias (DN) informou que a Fertagus iria alterar o interior dos comboios para poder responder ao aumento do número de pessoas que estão a utilizar a ligação ferroviária entre Lisboa e Setúbal pela Ponte 25 de Abril e que, até ao final daquele mês, iriam ser retirados alguns bancos das carruagens, o que visava possibilitar o transporte de mais passageiros em pé.
Fonte da empresa adiantou ao DN, na altura, que está ainda a ser estudado com o fabricante das carruagens, a Alstom, a hipótese de ser adicionada uma quinta composição no conjunto de quatro unidades que agora circulam.
Além disso, acrescentou a fonte, está a ser preparado “um novo horário com o objetivo de responder melhor às situações de maior concentração de procura, que venham a demonstrar-se efetivamente necessários durante o mês de maio, primeiro mês de aplicação em exclusivo dos títulos Navegante na Fertagus”.
Lusa