Câmara Municipal, Politécnico e estudantes em uníssono no pedido de prolongamento da ligação
Câmara Municipal, Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) e estudantes estão todos de acordo, é “necessário” estender a ligação do comboio proveniente de Lisboa até às Praias do Sado.
O autarca sadino, André Martins, a presidente do IPS, Ângela Lemos, e o representante dos estudantes do Politécnico, Ivan Svac estão em uníssono, apontando ainda questões como os acessos ao Campus para as pessoas com mobilidade reduzida.
O presidente da Câmara Municipal de Setúbal, olha para a questão da extensão da ligação do comboio proveniente de Lisboa até às Praias do Sado como algo que tem de ser reivindicado de forma “constante” e garante que a linha “tem todas as condições” para que isso aconteça.
Em declarações a O SETUBALENSE, o autarca sadino afirma que a linha tem todas as condições para levar o comboio proveniente de Lisboa para as Praias do Sado, sendo que no seu entender “não há razão nenhuma para que esta ligação não venha a acontecer”.
Para André Martins, a extensão do comboio proveniente de Lisboa até às Praias do Sado é uma “reivindicação” das populações do IPS e da própria localidade, sendo nesse sentido que o edil, juntamente com a presidente do IPS, Ângela Lemos, pediu uma reunião com o secretário de Estado das Infraestruturas, onde se colocou a “necessidade de ser estendida esta via”, tendo o membro do Governo ficado de “ver quais as condições para fazer esta ampliação”, clarificou o edil.
Uma outra reivindicação colocada pela autarquia e pelo IPS ao secretário de Estado foi a necessidade de existir uma maior frequência de comboios. “Como nós sabemos, os comboios circulam aqui de hora a hora. Estamos na área da grande Lisboa, sabemos que há aqui uma ligação pendular que é muito importante garantir, por isso nós consideramos que devem ser estudadas as soluções e considerada essa possibilidade de aumentar o ritmo dos comboios entre na ligação entre Setúbal e Lisboa”, enaltece.
Concessão estatal com Fertagus pode ser “maior dificuldade”
Ainda assim, André Martins explica que o que poderá eventualmente ter “maior dificuldade” é o quadro da concessão que o Estado tem com a empresa que está a explorar esta linha. “O que nós sabemos é que está em apreciação o alargamento do período da concessão com a Fertagus e, portanto, está aí uma boa oportunidade para o Estado negociar com a Fertagus e possibilidade de o comboio fazer este serviço mais alargado, neste caso, até às Praias do Sado”, esclarece.
Quanto a Ângela Lemos, garante estar em articulação com a autarquia na tentativa de encontrar soluções entre o Ministério das Infraestruturas, a CP e a Fertagus. A presidente do IPS afirmou, a O SETUBALENSE, que no planeamento da reorganização da rede ferroviária que serve a Área Metropolitana de Lisboa a sul do Tejo “é necessário ter em consideração que o IPS serve uma população de cerca de 10 000 pessoas diariamente e que essas alterações em muito iriam contribuir para a acessibilidade ao IPS”.
Relativamente à reunião com o secretário de Estado das Infraestruturas, Ângela Lemos esclareceu quais as necessidades encontradas pelo politécnico, dentro das valências que o ministério pode intervir: chegada do comboio da Fertagus à estação das Praias do Sado; reforço de comboios da Fertagus em horário diurno, de modo a que não sejam apenas de 50m em 50m; articulação de horários entre os comboios da CP e da Fertagus, que termina o seu percurso na estação de Setúbal na Praça do Brasil e ao nível da mobilidade para pessoas com incapacidades físicas, a necessidade de alteração de acesso por ponte superior pedonal das Praias do Sado ao campus do IPS.
Estudantes consideram urgente ter acessos na ponte para pessoas com mobilidade reduzida
Os próprios estudantes do Politécnico de Setúbal têm uma palavra a dizer sobre este assunto, mostrando-se em sintonia com a presidência do instituto e com o município setubalense. Ivan Svac, presidente da Associação Académica do Instituto Politécnico de Setúbal (AAIPS), em declarações a O SETUBALENSE, deu o exemplo da necessidade de os estudantes terem de acordar muito mais cedo, para conseguirem chegar às aulas dentro do horário. “Os alunos têm de acordar ainda mais cedo e, por isso, ainda têm menos tempo para descansar e menos tempo para estudar. Uma linha de Fertagus estendida até às Praias do Sado consegue resolver aqui vários problemas para os estudantes do IPS”, abordou Ivan Svac.
O presidente da AAIPS mostrou-se também atento à questão dos acessos ao instituto, não só pela quantidade de alunos que atravessam a ponte pedonal para aceder ao Campus, mas também pelas pessoas com mobilidade reduzida, que vêm impossibilitada a sua entrada pelo lado do comboio. “Se esta ponte fosse requalificada e adaptada para passar mais estudantes ao mesmo tempo seria algo muito vantajoso e muito prático. Acho que é muito urgente termos acessos na ponte para as pessoas com mobilidade reduzida”, concluiu.
